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Acionistas da Vale travam disputa sobre prêmio controle

O fundo de pensão estatal Previ, maior acionista da gigante do minério de ferro, quer receber um prêmio equivalente a 25% do valor das ações que detém

Vale: o Bradesco e a Mitsui negociam pagar menos para continuar no bloco de controle, disse a pessoa (Pilar Olivares/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2016 às 16h19.

Última atualização em 22 de fevereiro de 2017 às 17h25.

São Paulo/Rio de Janeiro - O grupo de acionistas que controla a Vale há duas décadas está divergindo em relação a quanto aqueles que possuem uma participação menor devem pagar para preservar seu poder de decisão, disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto.

O fundo de pensão estatal brasileiro Previ, maior acionista da gigante do minério de ferro, quer receber um prêmio equivalente a 25 por cento do valor das ações que detém para continuar dividindo poder de decisão com os acionistas privados Banco Bradesco SA e Mitsui & Co., disse a pessoa.

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O Bradesco e a Mitsui negociam pagar menos para continuar no bloco de controle, disse a pessoa, que pediu anonimato porque as negociações são privadas.

As discussões ocorrem no momento em que o acordo, criado em 1997, quando a mineradora com sede no Rio de Janeiro foi privatizada, está perto de expirar.

Se não houver um novo acordo até abril, todo o poder de decisão sobre o futuro da maior produtora mundial de minério de ferro voltaria para as mãos do governo, prejudicando a imagem pró-negócios do governo e deixando o Bradesco e a Mitsui com uma participação sem direitos na tomada de decisões.

A Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil, não quis comentar, assim como o Bradesco, a Vale e a Mitsui.

A não renovação do acordo “teria terríveis consequências para todos, inclusive para a Vale, que voltaria a ser vista como empresa estatal”, disse Paschoal Paione, analista da Votorantim, por telefone, de São Paulo.

Oscilações de preço

Os outros membros do grupo que controla a Vale por meio da Valepar são os fundos de pensão estatais Funcef, Petros e Funcesp e o BNDES.

Os dois anos de recessão do Brasil prejudicaram os retornos dos fundos de pensão, enquanto os preços voláteis do minério de ferro - que acumula alta de 74 por cento no ano após três anos de queda - dificultam a definição de um prêmio de controle.

A Previ contratou o Morgan Stanley para assessorá-lo nas negociações e pode considerar vender parte de suas ações na Valepar, disse a pessoa.

O fundo detém 78,4 por cento da Litel Participações, que possui 49 por cento da Valepar. A Funcef, fundo de pensão da Caixa Econômica Federal, a Petros, fundo de pensão da Petrobras, e a Funcesp, fundo de pensão da empresa de energia de São Paulo Cesp, também possuem participações na Valepar por meio da Litel.

A Previ quer o prêmio de 25 por cento para a Litel, que tem ações sem direito a voto na Valepar, disse a pessoa.

O BNDES, por meio da BNDESPAR, tem 11,5 por cento do capital votante da Valepar e um assento no conselho.

O governo federal possui 12 ações chamadas “golden shares” na Vale, que dão direito a vetar decisões, inclusive sobre a localização da sede da companhia.

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