Petrobras: acionistas aprovaram mudanças na política de remuneração aos detentores de ações (Paulo Whitaker/Reuters)
Reuters
Publicado em 27 de abril de 2018 às 14h42.
Última atualização em 27 de abril de 2018 às 14h42.
São Paulo/Rio de Janeiro - Assembleia Geral Extraordinária de acionistas da Petrobras aprovou mudanças na política de remuneração aos detentores de ações, abrindo caminho para a Petrobras voltar a pagar dividendos, agora em bases trimestrais, já a partir dos resultados do primeiro trimestre que serão anunciados em maio.
Com as novas regras, aprovadas na quinta-feira, a companhia poderá declarar a distribuição de dividendos ou juros sobre o capital próprio com base nos lucros apurados nos trimestres, por deliberação do Conselho de Administração.
Anteriormente, a remuneração ocorria com base em resultados anuais. Mas prejuízos desde 2014 impediram pagamento de dividendos aos acionistas nos últimos anos.
Em março, o presidente da estatal, Pedro Parente, afirmou que, se a proposta fosse aprovada, ele acreditava que já seria possível pagar dividendos referentes aos resultados do primeiro trimestre.
"Vemos essa medida como positiva para os investidores da Petrobras. Ela também suporta nosso caso base em que a classe PN de ações deve ter um prêmio em relação às ações ON", disse o UBS em relatório enviado a clientes.
As ações preferenciais da Petrobras operavam em alta de quase 1 por cento, por volta das 14h30, enquanto as ordinárias subiam 0,74 por cento no mesmo horário.
Na assembleia extraordinária, foi aprovada ainda alteração no estatuto social da companhia para definir que o Conselho deve ser composto por 11 membros, com no mínimo 40 por cento de membros independentes.
Os acionistas reelegeram Luiz Nelson de Carvalho, indicado pela União, como presidente do colegiado, segundo comunicado da estatal nesta sexta-feira.
Três novos conselheiros foram escolhidos pela União e pela companhia a partir de uma lista de cinco nomes apontados por uma empresa de "headhunter", segundo informações da companhia.
Os três nomes eleitos a partir da indicação independente são José Alberto de Paula Torres Lima, Ana Lúcia Zambelli e Clarissa de Araújo Lins. A iniciativa é fruto de uma busca por maior independência.
Em gestões passadas, o conselho da companhia abrigava ministros de Estado, que apoiavam interferências governamentais nas decisões da empresa.
Os acionistas minoritários detentores de ações ordinárias elegeram Marcelo Mesquita de Siqueira Filho, enquanto os acionistas detentores de papéis preferenciais elegeram Sônia Sulzbeck Villalobos.
Houve ainda a eleição para o colegiado de Christian Alejandro Queipo, indicado pelos empregados da companhia.
Como controlador da empresa, o governo ainda elegeu para o conselho os nomes de Francisco Petros Papathanasiadis, Jerônimo Antunes, Pedro Parente e Sergen Estefen.
Os eleitos para o colegiado na assembleia terão prazo de gestão de dois anos.