As ações da Cesp têm forte queda nesta sexta-feira com a expectativa de que o governo só renove as licenças de operação das empresas de energia brasileiras com uma queda nas tarifas. Às 13h05, os papéis preferenciais série B da Cesp - que têm maior liquidez - operavam em baixa de 3,78%, a quarta maior baixa do Ibovespa.

O secretário-executivo do Ministério das Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou, segundo o jornal Valor, que as tarifas serão mais baixas para os consumidores com o fim de parte das concessões a partir de 2015. Em abril, ele deverá apresentar duas sugestões para a renovação: 1) os empreendimentos voltarão às mãos da União para depois serem novamente licitados com tarifas máximas inferiores às atuais; e 2) os atuais donos das concessões poderiam renová-las com preços menores.

Ele também descartou que haja uma solução específica para a Cesp. O governo paulista tentou leiloar a empresa no ano passado, mas não apareceram interessados. As principais empresas do setor justificaram a ausência com a falta de garantia de que as licenças das principais hidrelétricas da empresa serão renovadas. Desde então, o governo paulista tem negociado - sem sucesso - com o Ministério das Minas e Energia uma mudança na legislação que viabilize o leilão.
 

Para a corretora Link, uma solução para as licenças pode demorar independentemente de qual seja a mudança nas regras adotada pelo governo. A decisão terá de ser aprovada pelo Congresso e interessa tanto a estados governados pelo PSDB (São Paulo e Minas, dona da Cemig) como ao governo federal (dono da Eletrobrás). A corretora Link fixou um preço-alvo de 17,30 reais para as ações preferenciais classe B da Cesp.