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A robusta Brink’s quer aprender com a agilidade e os riscos de startups

Enquanto a companhia é conhecida por produtos robustos, as startups normalmente buscam crescer muito rapidamente e assumindo riscos

(Brink's/Divulgação)

Karin Salomão

Publicado em 26 de novembro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 26 de novembro de 2018 às 06h00.

Conhecida por seus carros forte, tradicionais e seguros, a Brinks quer agitar o mercado. A companhia de segurança criou um programa de aceleração de startups , o Brink’s UP!. Criado em conjunto com a Liga Ventures,aceleradora corporativa que ajuda grandes empresas a criarem programas de inovação aberta,o programa está na segunda edição e já acelerou sete startups.

Enquanto a companhia é conhecida por produtos robustos, as startups normalmente buscam crescer muito rapidamente, assumindo riscos e quebrando regras de mercado. Aparentemente dissonantes, os dois modelos de negócios são complementares, acreditaGil Hipólito, diretor de novos negócios da Brink's. “Nossa inovação interna já não é o suficiente para acompanhar o mercado. Por isso, decidimos trazer startups para nosso meio”.

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Com o aparecimento de novos cartões, bancos digitais e fintechs, o dinheiro físico tende a perder relevância para pagamentos eletrônicos. Ainda é responsável por 60% dos pagamentos feitos no Brasil, mas essa porcentagem tende a cair.Assim, a companhia, que tem como principal negócio transportar dinheiro para bancos e varejistas nos últimos 52 anos, precisa encontrar novos nichos para se manter atuante.“Ninguém quer ser a Kodak”, dizHipólito, em referência a empresa de filmes fotográficos e que chegou a pedir falência.

Dessa forma, novos serviços já respondem por metade do faturamento da companhia, que no ano passado faturou 3,35 bilhões de dólares, sendo que a América do Sul foi responsável por 28% do total.O transporte de dinheiro e serviços para caixas eletrônicos são responsáveis por 51% do faturamento total da empresa. São mais de 14 mil veículos e 98 mil caixas eletrônicos operados pela empresa no mundo.

As inscrições abrem duas vezes por ano e a última se encerrou em junho.Ao todo foram mais de 250 startups que se inscreveram no Brink’sUP! eum comitê da companhia escolhe 12 startups, que apresentam seu projeto em um Pitch Day.

De lá, quatro são escolhidas para o programa de aceleração. Recebem cerca de 160 mil reais por uma participação no negócio e o acompanhamento de um padrinho, um diretor da empresa que irá ajudá-los a se desenvolver. O programa tem duração de quatro meses.

Entre as startups aceleradas, está uma que desenvolveu uma tecnologia de detecção de drones invasores, para proteger fábricas, centros de distribuição e outras regiões sensíveis e já conquistou seu primeiro cliente.

Também há uma companhia que quer resolver o problema do troco, ao criar uma conta digital para o cliente acumular suas moedas e trocar por produtos, e uma startup de cashback.

Novos negócios

Ainda que a empresa seja norte-americana, o programa surgiu no Brasil, porque “o mercado brasileiro exige que empresas financeiras sejam mais inovadoras. Já nos Estados Unidos, a história da Brinks é mais centrada e tradicional”, diz o diretor.

Conhecida por carros forte, de transporte de valores, a empresa cresce principalmente em outras frentes, como segurança digital e soluções de pagamento. Há cinco anos, a empresa começou a investir em novas linhas de receita, como logística de bens de consumo, como transporte de celulares, tablets e outros itens valiosos, além de cofres inteligentes para varejo, que contam o dinheiro e já o creditam na conta do lojista.

No mundo, comprou sete companhias no último ano, tanto concorrentes como atuantes em mercados complementares. Há 10 anos, 80% das receitas da companhia vinham de instituições financeiras. Hoje, essa participação é menor de 50%. “Queremos ser muito mais que uma empresa de segurança. Queremos otimizar a logística de valores”, diz Hipólito.

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