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A nova aposta da bilionária Indigo, de estacionamentos, no Brasil: saber tudo sobre quem estaciona

Nova plataforma vai ajudar estacionamentos a saber quando há mais ou menos carros, e com isso, cobrar tarifas dinâmicas e ter previsibilidade de receita

Marcelo Nunes, vice-presidente executivo da Indigo Brasil: “Além dos dados do motorista, a plataforma também coleta informações como previsão do tempo e previsões de eventos na cidade, o que impacta na demanda e dá previsibilidade de receita” (Indigo Brasil/Divulgação)

Marcelo Nunes, vice-presidente executivo da Indigo Brasil: “Além dos dados do motorista, a plataforma também coleta informações como previsão do tempo e previsões de eventos na cidade, o que impacta na demanda e dá previsibilidade de receita” (Indigo Brasil/Divulgação)

Daniel Giussani
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 28 de junho de 2024 às 10h18.

Todos os dias, milhares de carros passam (e param) no estacionamento do Aeroporto de Guarulhos, gerido pela Indigo, uma das maiores gestoras de vagas do país — e do mundo.

Até agora, porém, a empresa tinha pouco conhecimento sobre esses milhares de veículos. Ela sabia, vá lá, que eles entravam e saíam dos espaços, mas não guardava muito mais do que isso, e nem tinha uma estrutura para usar essa informação estrategicamente.
Agora, porém, isso deve mudar. A empresa está investindo 3 milhões de reais num sistema de análise de dados sobre os motoristas que estacionam seus veículos em alguma das 400.000 vagas que a Indigo opera no Brasil.

A análise vai permitir saber, por exemplo, qual época do ano há mais ou menos demanda e que tipo de motorista estaciona por ali (se é alguém que fica bastante tempo, se é algum cliente esporádico), por exemplo. Com isso, a dona do estacionamento, como um shopping ou aeroporto, pode decidir por tarifas dinâmicas mais inteligentes.

“Numa época com menos demanda, por exemplo, o estacionamento poderá fazer campanhas de marketing ou ações de desconto para atrair clientes”, afirma o vice-presidente executivo da Indigo Brasil, Marcelo Nunes.

Da mesma forma, quando os estacionamentos tiverem demandas acima do normal, o preço pode ser deslocado para cima.

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A previsibilidade da demanda também será uma ferramenta da nova aposta da Indigo.

“Além dos dados do motorista, a plataforma também coleta informações como previsão do tempo e previsões de eventos na cidade, o que impacta na demanda e dá previsibilidade de receita”, diz Nunes.

Como funciona o sistema

O sistema, já em operação no Aeroporto Internacional de Fortaleza, coleta uma vasta gama de dados sobre o uso do estacionamento.

Esses dados são coletados utilizando câmeras de leitura de placas e integrando informações de reservas feitas pelo aplicativo e site da Indigo e pelo site da empresa.

A grande questão por trás disso é a tarifa dinâmica, ainda pouco usada no Brasil.

“A tarifa dinâmica é permitida, desde que o cliente seja informado qual é o perfil de tarifa quando está comprando o serviço ou quando está entrando no estacionamento”, diz Nunes. “A ideia não é que o estacionamento faça uma mudança grande na tabela, mas consiga ter uma rentabilidade maior e menos espaços ócios”.

Ter uma estratégia para atrair mais clientes é fundamental num setor tão pulverizado como o de estacionamentos. No Brasil, há dois ou três grandes players, como a Indigo e a Estapar, e uma gama enorme de pequenos estacionamentos de rua e de bairro.

“Tem ainda muita oportunidade de crescimento orgânico, e esse é o principal foco. Temos feito isso ao longo dos anos”, afirma. “A Indigo tem crescido por crescimento orgânico, tem potencial para explorar com novas tecnologias, e é isso que estamos fazendo”.

Indigo tem um faturamento na casa de 1,2 bilhão de reais anuais. Está com cerca de 370 clientes, 400.000 vagas e 4.000 clientes. Entre as operações, além do Aeroporto de Guarulhos, estão

  • Aeroporto de Curitiba
  • Shopping Dom Pedro (Campinas)
  • PUC-RS
  • Sírio Libanês
  • Parque Villa Lobos
  • Parque Ibirapuera

Fundada em 1964 como parte do grupo Vinci, a Indigo nasceu com o objetivo de oferecer serviços de infraestrutura. Nas décadas seguintes, a empresa diversificou suas operações, estabelecendo-se como uma gigante na gestão de estacionamentos, principalmente na França e em outros países europeus. Em 2015, adotou o nome Indigo, refletindo sua ambição de liderar globalmente no setor de mobilidade urbana. A partir daí, expandiu sua atuação para mais de 10 países, incluindo importantes mercados na América do Norte, América Latina e Ásia, consolidando-se como a maior operadora de estacionamentos do mundo, com milhões de vagas gerenciadas.

Nos últimos anos, a Indigo tem focado em inovações tecnológicas, como soluções de pagamento digital e gestão inteligente de estacionamentos, além de investir em sustentabilidade, com iniciativas que promovem o uso de veículos elétricos e bicicletas.

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