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A lição de Alexandra Carter, de Columbia, para o protagonismo feminino

Para a professora da Universidade Columbia, autora do best-seller Ask For More, a negociação é um processo que faz parte de todos os aspectos da nossa vida

Alexandra Carter, da Universidade Columbia: Pedir aumento para o chefe, comprar um carro, decidir o que irá jantar ou até mesmo se convencer a não dormir mais cinco minutinhos pela manhã: estamos negociando o tempo todo, seja com outras pessoas ou com nós mesmos (Divulgação/Divulgação)
LB

Leo Branco

Publicado em 21 de maio de 2022 às 08h00.

O que vem à sua cabeça quando você ouve a palavra negociação? Talvez você pense em homens de terno dando um firme aperto de mãos ou em uma situação conflituosa, geralmente envolvendo dinheiro, em que duas pessoas não conseguem concordar.

Onde negociamos?

Alexandra Carter, diretora da Clínica de Mediação da Universidade Columbia (Estados Unidos) propõe outra perspectiva. Para a autora do best-seller Ask For More, a negociação é um processo que faz parte de todos os aspectos da nossa vida.

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Pedir aumento para o chefe, comprar um carro, decidir o que irá jantar ou até mesmo se convencer a não dormir mais cinco minutinhos pela manhã: estamos negociando o tempo todo, seja com outras pessoas ou com nós mesmos.

Em uma masterclass exclusiva para o evento Voz Feminina, realizado na última terça-feira (03/05) em São Paulo, Carter falou sobre protagonismo feminino, liderança e técnicas de mediação para chegar a resultados mutuamente benéficos. Veja a seguir o bate-papo completo com Alexandra Carter:

Como incentivar mulheres no mercado financeiro

A iniciativa do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME) visa incentivar a participação de mulheres no mercado financeiro como assessoras de investimentos, consultoras e gestoras.

Segundo Mariana Gravina, diretora da área de Aceleração & Performance do BTG Pactual, o projeto faz parte não só de um esforço para inspirar mais mulheres a entrar no mercado financeiro, como também de criar um ambiente favorável para o sucesso profissional daquelas que já fazem parte do setor:

“Infelizmente, o número de mulheres que se identificam com a profissão de assessoria financeira ainda é pequeno. O Voz Feminina tem por objetivo incentivar as mulheres a reconhecerem e incrementarem suas habilidades na assessoria financeira e gestão de patrimônio.”

Mulheres ainda longe do topo

O momento não poderia ser mais propício: de acordo com um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado em 2021, as mulheres representam 54,5% da força de trabalho do país. No entanto, quando se trata de cargos mais elevados, como posições de gerência e tomada de decisão, elas ocupam apenas 37,4% dos cargos.

Sem negar as dificuldades estruturais de cada sociedade e os entraves para a equidade no mundo do trabalho, Carter argumenta que é importante que as mulheres reflitam como conseguiram ser bem-sucedidas no passado para impulsionar suas ações no presente – mesmo que seus triunfos tenham acontecido fora do escritório:

“Muitas vezes ficamos desencorajadas pelo sexismo que ainda prevalece na vida corporativa e no dia a dia, e acabamos minimizando nossas próprias conquistas. E quando construímos a partir de nossos pontos fortes, nos lembramos de que somos capazes de coisas extraordinárias. Isso nos dá a coragem e as ferramentas para sair pelo mundo e pedir por mais”, afirma Carter.

Há talento de sobra

E talento não falta — segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o perfil dos profissionais certificados mudou bastante, acompanhando tendências observadas em outras áreas.

Entre 2003 e 2016, o número de mulheres que participaram da prova CPA-20 cresceu 7 vezes. Essa certificação é destinada aos profissionais que atuam na distribuição de produtos de investimento para clientes dos segmentos varejo alta renda, private, corporate e investidores institucionais.

Já de acordo com o relatório anual da Ancord (2020), instituição responsável por um reconhecido exame de certificação de agentes autônomos de investimentos, as mulheres compõem apenas 18% do total de profissionais credenciados. Apesar do número tímido, essa cifra é quase 4 vezes maior do que em 2016.

Alexandra Carter (Columbia) e Mariana Gravina (BTG Pactual): evento para incentivar empoderamento feminino (Divulgação)

Plano de contratação de mulheres

Diante disso, o BTG Pactual assumiu o compromisso de transformar a realidade e tornar o mercado mais inclusivo. Entre as iniciativas estão a oferta de palestras com especialistas internacionais e cursos de capacitação voltados para as certificações do mercado financeiro.

O banco também conta com um plano de expansão para que mais mulheres assessoras sejam contratadas para o seu time. Atualmente, o banco tem aproximadamente 20% da rede de agentes autônomos de investimento formada por mulheres e está empreendendo esforços para que este número seja ainda maior.

“Queremos desenvolver o projeto Voz Feminina e expandi-lo para outras plataformas. Acreditamos que a criação de uma rede de networking de profissionais vai inspirar uma nova geração de assessoras BTG”, diz Gravina.

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