Coca-Cola começa a vender café por meio da Matte Leão
Depois de conversar com baristas, exportadores e produtores, a Coca-Cola decidiu comercializar grãos selecionados de café arábica
Karin Salomão
Publicado em 15 de julho de 2016 às 11h35.
São Paulo – Como parte de um esforço para expandir seu portfólio, a Coca-Cola Brasil lançou o Café Leão. Algumas marcas da companhia já vendem bebidas à base de café, mas essa é a primeira vez que ela oferece pacotes de grãos ou pó.
Ao invés de lançar uma marca inteiramente nova para esse produto, a companhia decidiu lançá-lo através da marca Matte Leão. Ela foi escolhida por ter um nome forte e já estar conectada com o mundo das infusões.
O produto será vendido inicialmente em supermercados selecionados em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. Em setembro poderá ser encontrado no e-commerce e a partir de janeiro de 2017 em outras cidades do país.
O lançamento do Café Leão está marcado para o início das Olimpíadas . Como a Coca-Cola é patrocinadora dos jogos, ela tem o direito de vender bebidas prontas para beber dentro do parque olímpico.
Cerca de 20 máquinas estarão espalhadas pelo local, para moer e servir a bebida aos visitantes.
A ideia de entrar no mundo dos cafés já vem de 2014, quando a empresa de bebidas fez pesquisas internas para direcionar sua expansão.
Depois de conversar com baristas, exportadores e produtores, a Coca-Cola decidiu comercializar grãos selecionados de café arábica, que normalmente são destinados à exportação.
”Além disso, Matte Leão é uma marca forte, com tem uma história de mais de 115 anos no Brasil”, afirmou Sandor Hagen, vice-presidente de novos negócios da Coca-Cola Brasil.
Segundo Renato Fukuhara, diretor de marketing de novas categorias, o chá mate e o café são bebidas muito parecidas. “Leva tempo para preparar, tem um ritual de passo a passo envolvido no consumo dessas infusões”, disse.
Mais do que só refrigerantes
O lançamento do Café Leão faz parte de uma ampla estratégia da Coca-Cola de diversificar a sua atuação no mercado de bebidas .
Em 2006, a empresa no Brasil praticamente só vendia refrigerantes. Nesses dez anos, ela lançou as marcas Crystal, de água, e Powerade, de isotônicos.
Além disso, comprou a Matte Leão, a Del Valle e, mais recentemente, a Ades.
Lançou produtos para cada uma dessas marcas, que atingiram um alcance muito maior por causa da logística e distribuição da Coca-Cola.
Mas isso não era o suficiente para a gigante de bebidas. Há dois anos, a companhia fez uma pesquisa interna e descobriu que havia espaço nos mercados de leites e de café.
No mercado de leites, a companhia escolheu por adquirir uma empresa que já tivesse experiência. O segmento é mais complexo, já que o produto tem uma vida útil mais baixa e precisa ser transportado em caminhões refrigerados.
Comprou, então, em dezembro, a Verde Campo, empresa brasileira de lácteos, como queijos e iogurte.
Já no mercado de cafés, os grãos vêm de pequenos agricultores de Minas Gerais e do Espírito Santo e selecionados e torrados pela Real Café, do grupo capixaba Tristão.
“A gente tinha necessidade de velocidade nesse lançamento, por isso escolhemos trabalhar com um parceiro nesse momento”, disse Fukuhara.