Após aprovar o plano, Oi passa por novas incertezas
Para chegar a uma decisão, a companhia aceitou pagar juros maiores no pagamento das dívidas e ofereceu mais vagas no conselho de administração
EXAME Hoje
Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 07h13.
Última atualização em 20 de dezembro de 2017 às 07h28.
Terminou às 2h30 da manhã a assembleia de credores da telefônica Oi , no Riocentro, no Rio de Janeiro, com a aprovação de um plano de recuperação judicial da empresa. Para chegar a uma decisão depois de 15 horas de discussão, a companhia aceitou pagar juros maiores no pagamento das dívidas e ofereceu mais vagas no conselho de administração.
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A diretoria da Oi será mantida por um ano após a homologação da proposta e as mudanças seguintes serão definidas pelo conselho, que agora tem três indicados pelos novos acionistas, antes apenas uma cadeira na composição anterior. Todos os recursos obtidos com a venda de ativos devem ser investidos na empresa nos próximos cinco anos.
“Nunca pensei em chegar a esse dia com uma vitória tão brilhante”, disse o presidente da companhia, Eurico Teles, após o anúncio do resultado. Mas uma série de pontos ainda em aberto deve arrastar a definição. O BNDES, por exemplo, dono de 4,68% das ações da empresa e credor com garantias, votou a favor do plano, mas afirmou que nem todos os seus pedidos foram atendidos. A Anatel, credora de 14 bilhões de reais, votou contra o plano que prevê pagamentos em 20 anos.
Uma dúvida é como a decisão afetará as ações da companhia nesta quarta-feira. Ontem, com o cenário nebuloso, os papeis variaram bastante. As ações ordinárias chegaram a subir mais de 4%, mas fecharam o dia em queda de 1,4%, enquanto as preferenciais terminaram o pregão subindo 3,7%.
Ambos os papéis tiveram queda acentuada desde o dia 12, quando foi apresentado o atual plano de recuperação. Os acionistas acreditam que o atual plano beneficia muito os maiores credores, que podem tornar-se donos de até 75% da companhia após o fim da recuperação.
A sessão foi suspensa por três vezes ao longo do dia. Com o passar do tempo, foi ficando mais claro os votos de alguns dos principais interessados.
A definição abre uma nova série de indefinições para a Oi, mas é um raro passo adiante numa empresa que há um ano e meio se enrola na maior recuperação judicial da história do país.