Luiz Felipe Reis, fundador do Grupo HealthSculp: "Meu foco é a saúde integrativa, que busca uma visão 360° dos pacientes" (Divulgação/Divulgação)
Editor de Negócios e Carreira
Publicado em 26 de junho de 2023 às 17h34.
Última atualização em 26 de junho de 2023 às 17h48.
O cirurgião plástico carioca Luiz Felipe Reis tem uma trajetória capaz de servir de exemplo para empreendedores em busca de novas frentes de negócios para reter os clientes antigos — e conquistar mais consumidores.
Reis é fundador do Grupo HealthSculp, um negócio de saúde aberto há sete anos como um consultório voltado para o público das classes A e B moradores dos arredores da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.
Atualmente, a empresa de Reis espera receitas de R$ 90 milhões em 2023, mais que o dobro do valor do ano passado: R$ 42 milhões.
Hoje em dia o grupo tem unidades na Barra da Tijuca e em Ipanema, no Rio, e no Itaim Bibi e Vila Olímpia, em São Paulo.
Até 2026, a previsão de Reis é investir outros R$ 150 milhões na abertura de 200 clínicas — algumas próprias e outras de franqueados.
Por trás da expansão está o fato de Reis ter agregado uma porção de serviços aos pacientes.
"Meu foco é a saúde integrativa, que busca uma visão 360° dos pacientes", diz Reis, um discípulo de Ivo Pitanguy.
Após a faculdade, Reis fez residência na ala da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, que por décadas foi comandada pelo decano da cirurgia plástica do Brasil e um dos primeiros profissionais a falar de uma abordagem holística da medicina.
"A ideia é ser um one-stop-shop dos problemas de saúde dos pacientes", diz ele.
A abordagem integrativa, na prática, funciona assim: após ser atendido por algum médico numa clínica da HealthSculp, o paciente pode ser encaminhado para serviços acessórios também realizados nas dependências das clínicas.
A lista de negócios de Reis tem sete marcas, todos em maior ou menor grau instalados nas clínicas:
Para coordenar o que oferecer e para quem, uma aposta na rede é no investimento em inteligência artificial para tratar os dados de pacientes.
Na sala de recepção, um pequeno questionário eletrônico em um tablet reunirá as características pessoais e de saúde do paciente, bem como objetivos para um futuro próximo, como emagrecer, aumentar o desempenho físico, esportivo ou o equilíbrio da saúde mental.
Após receber os dados iniciais via tablet, o banco de dados faz o mapeamento deste paciente. "Assim podemos pedir exames que não seriam solicitados em uma consulta apressada", diz Reis.
"Nosso programa também vai indicar profissionais da própria clínica para atender o paciente de forma preventiva, integrativa e multidisciplinar, em todas as suas necessidades."
Por isso, um dos objetivos do grupo é solucionar o que eles chamam por ali de "pain points" de médicos, pacientes, planos de saúde e empresas.
"Nossa experiência permite dizer que, atualmente no Brasil, vivemos no triângulo da insatisfação: com atendimento sem eficiência, sem qualidade e com altíssimo custo, mas conseguimos acabar com esses problemas através da humanização dos atendimentos", diz Leonardo Rosa, CMO da HealthSculp.
O tempo do atendimento médico pode ser determinante para todo o processo de saúde integrativa. Embora o Conselho Federal de Medicina (CFM) não determine um tempo de duração mínimo para consulta, deixando isso a cargo do profissional de saúde, o Grupo HealthSculp defende que o tempo de consulta seja de 40 minutos a 1 hora.
"É somente conhecendo o paciente e prestando um atendimento mais cuidadoso, que muitas doenças podem ser evitadas de forma preventiva".