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A Cielo lucra, mas teme por 2017

O mercado de crédito brasileiro encolheu 4,4 pontos percentuais no ano passado e a vida vem ficando cada vez mais difícil para companhias como a Cielo, líder em pagamentos eletrônicos. A empresa triplicou de valor entre 2011 e 2014 e está estagnada desde que a crise começou a se aprofundar. De janeiro de 2015 até hoje, o […]

CIELO: a empresa apresenta resultados do quarto trimestre nesta segunda-feira, e deve apresentar lucro 23% maior / Divulgação (foto/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 05h22.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h03.

O mercado de crédito brasileiro encolheu 4,4 pontos percentuais no ano passado e a vida vem ficando cada vez mais difícil para companhias como a Cielo, líder em pagamentos eletrônicos. A empresa triplicou de valor entre 2011 e 2014 e está estagnada desde que a crise começou a se aprofundar. De janeiro de 2015 até hoje, o preço das ações está no mesmo patamar. Nos números, porém, tudo vai muito bem, obrigado.

Nesta segunda-feira, com a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2016, os analistas esperam lucros 23% mais altos do que em relação ao mesmo período do ano passado, somando 1,05 bilhão de reais, mesmo sem avanço nas receitas. “O negócio da Cielo é muito resiliente, mas não dá para escapar da crise. Os bons resultados são fruto de todo o trabalho que a empresa tem feito para reduzir os custos por transação, investindo em tecnologia e qualidade do serviço”, diz o economista Marco Saravalle, analista da XP Investimentos.

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O problema é que, se com a crise já tem sido difícil para a empresa dar novos saltos, mudanças no setor podem deixar 2017 complicado. Na quinta-feira passada, o Conselho Monetário Nacional aprovou novas regras para o pagamento do cartão de crédito, para evitar o superendividamento e reduzir os juros cobrados. A partir de abril, haverá um limite para o valor mínimo que o cliente deve pagar na fatura. “Esse tipo de mudança não tem grandes impactos no mercado da Cielo. O que preocupa mais é a possibilidade de mudança no prazo de pagamento, porque muda fundamentalmente a dinâmica do setor”, afirma o analista da XP Investimentos.

Quando um cliente faz uma compra no cartão de crédito, a operadora tem até 30 dias para repassar o valor para o lojista. Esse prazo pode cair para dois dias, o que levantou uma grande dúvida sobre o setor. Ainda não tem nada definido, mas a preocupação é tanta que startups como o Nubank, de serviços bancários totalmente digitais, ameaçam fechar as portas caso as regras mudem. Os números de hoje devem deixar claro que a Cielo sabe lidar com notícias ruins, mas contra a incerteza fica mais difícil.

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