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95% dos shoppings no Brasil foram afetados por coronavírus, diz associação

A Associação Brasileira de Shopping Centers afirma que 550 shoppings no Brasil estão sendo impactados por decretos que recomendam fechamento dos espaços

Shopping em Brasília: Distrito Federal suspendeu funcionamento dos espaços até 5 de abril (Valter Campanato/Agência Brasil)
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Carolina Riveira

Publicado em 23 de março de 2020 às 12h56.

Última atualização em 23 de março de 2020 às 15h16.

A crise do coronavírus atingiu em cheio os shopping centers no Brasil. A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) divulgou nesta segunda-feira, 23, levantamento que mostra que 550 shoppings brasileiros estão com atividades afetadas pela disseminação da doença Covid-19.

Os shoppings contabilizados ficam em locais que tiveram recentemente decretos dos governos locais recomendando a paralisação das operações. O número representa 95% de todos os shoppings no Brasil, segundo a Abrasce.

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Na última semana, uma série de governadores e prefeitos estabeleceu medidas restringindo a circulação de pessoas de modo a amenizar a disseminação do coronavírus.

O Sudeste é a região com maior concentração de shopping centers, e também a mais afetada. A medida mais impactante para o setor entra em vigor na terça-feira, 24, quando começa em todo o estado de São Paulo uma quarentena obrigatória até 7 de abril. Somente serviços essenciais ficarão abertos. São 182 shopping centers afetados no estado, segundo a Abrasce, 93 deles somente na capital.

Antes, na capital paulista, o prefeito Bruno Covas (PSDB) já tinha estabelecido fechamento de comércios na semana passada, medida que entrou em vigor na sexta-feira, 20. Agora, a restrição chega a todo o estado.

No Rio de Janeiro, 66 shopping centers foram afetados pela suspensão de shoppings e outros tipos de serviços.

A segunda região mais afetada é o Sul, com 96 shoppings sob decretos que afetam as atividades. Em seguida vem o Nordeste, com 93 estabelecimentos paralisados.

A região Centro-Oeste tem 55 shoppings afetados. No Distrito Federal, o funcionamento dos shoppings foi suspenso até 5 de abril, assim como em outras capitais brasileiras. Por último vem a região Norte, com 26 shopping centers afetados pelos decretos de restrição.

O Brasil tem pelo menos 25 mortes e 1.546 casos confirmados de coronavírus, segundo o último boletim do Ministério da Saúde, divulgado na noite de domingo, 22.

Impacto nas empresas

As ações das administradoras de shopping centers operavam em queda na bolsa na manhã desta segunda-feira. A Multiplan caía 6,46% às 13h50, enquanto a BR Malls caía 4,96%. A JHSF caía 2,87%. O índice IFIX, que precifica fundos imobiliários -- muitos deles com participação em shoppings -- acumulava queda de 29% em 2020 até o último fechamento, na sexta-feira.

Mesmo antes dos decretos restringindo a abertura dos estabelecimentos, o movimento nos shoppings já vinha caindo em torno de 25% no fim de semana dos dias 14 e 15 de março, segundo informou a EXAME na semana passada. As associação estavam recomendando aos lojistas que operassem em horários reduzidos.

Com as restrições ainda mais severas, franqueados e lojistas terão dificuldades em pagar aluguéis e salários. O presidente da Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites), Tito Bessa, estima que 80% dos pequenos lojistas em shoppings não terão condições financeiras de passar pela crise. A Associação Brasileira de Franchising (ABF), afirmou na terça-feira, 17, que estava em contato direto com as redes administradoras de shoppings para negociar medidas que minimizem o efeito da paralisação para suas 1.300 redes de franquias associadas. Entidades estimam que os cortes no comércio podem chegar a 5 milhões de desempregados até o fim de abril.

 

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