São Paulo – A lei de recuperação judicial é uma maneira de empresas em dificuldade financeira garantirem a continuidade do negócio – e pagarem suas dívidas. Com o mercado mais retraído e a deflagração da Operação Lava Jato muitas grandes empresas entraram com pedido desde janeiro. Confira algumas delas a seguir.
No final de agosto, a fornecedora de equipamentos e serviços para o setor de óleo e gás Lupatech apresentou seu plano de recuperação judicial. As condições incluem venda de alguns ativos e reestruturação de dívidas da empresa e suas subsidiárias. A Lupatech era uma das principais fornecedoras da Petrobras para o pré-sal. Com o adiamento e cancelamento de projetos, seguido pelos escândalos da sua principal cliente, acabou tendo seu negócio prejudicado.
A Galvão Participações e sua subsidiária Galvão Engenharia tiveram o seu plano aprovado em assembleia de credores, em junho. De acordo com a versão final do plano, o valor mínimo a ser aceito na alienação da participação da Galpar no capital social da companhia será de 600 milhões de reais. As empresas entraram com pedido de recuperação judicial em março, em decorrência dos desafios financeiros enfrentados depois dela ter sido citada como alvo da Operação Lava Jato.
Fabricante de autopeças da Fiat, GM, Honda e Mercedes-Benz, o Grupo Proema acabou tendo de rever seu negócio, depois da queda de pedidos em 65%, reflexo da retração do mercado automotivo no país. As dívidas acumuladas nos últimos cinco anos ultrapassam 1 bilhão de reais e seus credores vêm pedindo à Justiça o movimento falimentar da empresa desde 2013.
Dona do portal GuiaMais e das listas telefônicas Listel e Editel, a companhia entrou com pedido de recuperação judicial na última quarta, dia 9. Com fortes quedas nas vendas e dívidas superiores a 120 milhões de reais, a empresa não consegue mais arcar com seus compromissos financeiros. O projeto envolve a reavaliação da viabilidade econômica de seus modelos de negócio, além da revisão de processos e cortes de custo e pessoal.
O Grupo Schahin entrou com pedido de recuperação para 28 de suas empresas, que operam nas áreas de engenharia e de óleo e gás. Também citada na Operação Lava Jato, a companhia reestrutura uma dívida de 6,5 bilhões de reais e já demitiu 2.500 pessoas.
Dona de um estaleiro em Itajaí, Santa Catarina, a Amal Construções Metálicas entrou em recuperação judicial em março. A empresa de capital português foi atingida pelos problemas de seu principal cliente, a Integra Offshore, um consórcio formado pela OSX e a Mendes Júnior para construir as plataformas P-67 e P-70 da Petrobras.
Outra também envolvida no escândalo da Lava Jato, a OAS entrou com pedido de recuperação de nove de suas empresas. Como seu foco passou, então, a ser apenas as operações em construção pesada, a companhia pode vender alguns de seus negócios e ativos para pagar suas dívidas.
Em janeiro, a Alumini Engenharia (antiga Alusa) teve seu pedido de recuperação aceito pela Justiça. A empresa vinha tendo dificuldades para deixar as contas em dia desde que foi citada na Operação da Lava Jato, em novembro. Em dezembro, descumpriu decisão da Justiça do Trabalho de Permambuco para pagar R$ 96 milhões em salários atrasados de 4,8 mil trabalhadores que atuaram na Refinaria Abreu e Lima, principal obra investigada na operação.
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