8 conselhos de mafiosos para gerir o seu negócio (dentro da lei)
Esqueça o crime – há princípios da Máfia que podem ser usados por qualquer um honestamente e com bons resultados
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2011 às 06h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h32.
São Paulo - Estima-se que a Máfia tenha surgido na Itália, durante a Idade Média. Sua origem estaria ligada a pequenos arrendatários de terras que contestavam a propriedade dos senhores feudais. Com o tempo, a organização – uma das mais antigas do mundo – envolveu-se com atividades criminosas de toda ordem: prostituição, jogo, drogas, venda de armas e de segurança, etc. Ok, não é o melhor modelo de negócios para ninguém que pretenda prosperar dentro da lei. Mas, creia, há lições de organização e gestão que a Máfia pode dar para qualquer empresa, sem ferir nenhum princípio. Pelo menos, é o que o ex-mafioso Louis Ferrante afirma no livro “Mob Rules: What the Mafia can teach the legitimate businessman”. Veja, a seguir, alguns conselhos coletados pelo site Business Insider.
Para Ferrante, um dos pilares da Máfia é o respeito aos valores da família e da organização, isto é, dos próprios mafiosos. Em seu livro, ele escreve que: “Na máfia, os homens que abraçam os valores da organização são os que se tornarão os grandes vencedores. Toda companhia deveria ter um conjunto de valores, e cada empregado deveria compartilhá-los.”
Outra cena clássica dos filmes da Máfia: sujeitos quarentões, cinquentões e até sessentões cuidando das tarefas passadas pelo chefão. Enquanto isso, os veteranos aproveitam para ensinar o trabalho para os novatos - jovens ambiciosos que, geralmente, metem os pés pelas mãos. O dia-a-dia é pesado, violento, sem horários fixos e sujeito aos caprichos do capo. Como, afinal, alguém aguenta isso? Para Ferrante, o fato é que a grande maioria dos mafiosos ama o que faz . “Poucas pessoas são afortunadas o bastante para conectar aquilo que amam com o que fazem. Não se acomode, e você será uma delas”, ensina.
Por motivos óbvios, mafioso que é mafioso não acumula provas contra si mesmo. Basta lembrar de Al Capone, chefe da Máfia de Chicago, preso por sonegação fiscal depois que a polícia encontrou seu guarda-livros. Por outros motivos, um homem de negócios também pode, e deve, exercitar sua memória. Segundo Ferrante, quem não precisa de notas é mais poderoso do que os outros. Manter o cérebro em dia é um degrau para o sucesso e um favor a si mesmo.
Outro pilar fundamental da Máfia é a confiança, ensina Ferrante. O ex-membro da Gambino lembra que pilhas de chefões mataram uma pilha ainda maior de linguarudos apenas para manter as coisas onde deveriam estar: em segredo. No mundo corporativo, a confiança também é uma moeda poderosíssima para subir na carreira. Basta lembrar de quanta dor de cabeça é causada por transações que vazam para os concorrentes na hora errada. “Se você realmente é uma pessoa confiável, saiba que você é uma grande commodity. Mas não ofereça sua lealdade a qualquer um. A pessoa ou companhia errada vai usar e abusar de você”, diz o ex-mafioso.
Treine sua equipe e a si próprio para enxergar as oportunidades onde ninguém mais vê. Segundo Ferrante, muitos dos grandes negócios da Máfia vieram de chefões que fizeram o básico: tiveram paciência ou tino para prospectar negócios onde todos torciam o nariz.
Da Igreja ao Exército, da Máfia às empresas, respeitar a hierarquia é fundamental para que as coisas saiam conforme o planejado. Uma ordem rígida pode soar anacrônica para as companhias, especialmente nos tempos em que gigantes da tecnologia, como o Google e o Facebook, lembram mais campi universitários. Mas, para Ferrante, esta é a garantia de que os negócios não sairão dos trilhos. “Respeite a hierarquia, quando estiver por baixo. Fortaleça-a, quando estiver no topo. A alternativa é a anarquia.”
Há melhores argumentos para motivar pessoas do que uma pura e simples exibição de força. E o mundo corporativo está cheio de executivos que jogam com o peso de seus cargos para intimidar alguém. Ferrante pode não ser um gênio da administração, mas aprendeu o básico: o melhor é motivar equipes e fazer aliados. “Por meio de uma forte liderança e motivação adequada, você pode galvanizar uma dúzia ou mais de pessoas e melhorar sua própria ambição, transformando-a numa locomotiva capaz de escalar qualquer montanha.”
Todo mafioso que se preze tem um clube barra-pesada onde recebe amigos, trata de negócios e resolve problemas com adversários. Uma das cenas clássicas de filmes de gângsters é o criminoso que se aproxima respeitavelmente do chefe para sussurar-lhe algo, enquanto o capo joga pôquer. Esta é a política de portas abertas da Máfia. “Ela lhe dá uma visão ampla da organização. Cada pum será ouvido por você, e esta é a melhor forma de manter seus funcionários à mão todo tempo.”
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