7 figurões que antecederam Eike no clube dos ex-bilionários
Má gestão, problemas na Justiça, flutuações econômicas e excesso de confiança erodiram a riqueza de importantes personalidades do mundo dos negócios
João Pedro Caleiro
Publicado em 26 de julho de 2013 às 18h33.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h31.
Eike Batista acordou hoje com mais uma má notícia: segundo a Bloomberg, ele se tornou um ex-bilionário. O homem que já chegou a ser o oitavo mais rico do mundo, com 34 bilhões de dólares, hoje tem um patrimônio que não chega a 200 milhões. Poucas quedas são tão espetaculares, mas Eike não está sozinho: só na última lista da Forbes, 60 pessoas perderam o título. Veja como outros 7 pesos pesados do mundo dos negócios foram rebaixados para o status de meros milionários:
Mark Pincus viveu uma das histórias de ascensão e queda mais impressionantes dos últimos tempos. O empreendedor americano fundou a criadora de games para internet Zynga, famosa pelo FarmVille. No final de 2011, a empresa promoveu o maior IPO de tecnologia desde o Google em 2004. Em março do ano seguinte, Pincus já aparecia na lista da Forbes com uma fortuna estimada em 2 bilhões de dólares. A partir daí, foi tudo por água abaixo. Em março, a empresa comprou a OMGPOP, do DrawSomething, que logo se provaria uma moda passageira, e Pincus vendeu parte de suas ações assim que venceu o período de lock-up(no qual os donos dos papéis não podem comercializá-los), movimento que deixou o mercado desconfiado.Em maio, o Facebook decepcionou no seu IPO, piorando ainda as perspectivas da sua parceira Zynga, que não parou mais de cair.No começo deste mês, Pincus perdeu o status de bilionário e renunciou ao posto de presidente-executivo da empresa - que tem hoje apenas 30% do valor de quando chegou à NASDAQ.
O canadense Eric Sprott foi outro que deixou a lista de bilionários da Forbes em 2013. Fundada em 1981, sua companhia Sprott Inc. gerencia contratos de ouro, platina e prata nas bolsas de valores de Nova York e Toronto e sofreu com a volatilidade recente no valor desses ativos. As ações caíram praticamente pela metade nos últimos 12 meses e Eric se tornou um ex-bilionário - pelo menos por enquanto.
O russo Alexander Lebedev é um dos oligarcas mais famosos do país, dono do National Reserve Bank (NRB) e de dois jornais britânicos, entre outros negócios. Ele também é um dos mais ferozes opositores do governo de Vladimir Putin, que o forçou a vender sua participação minoritária na companhia aérea Aeroflot. Lebedev ironizou a falta de partilha real de poder na empresa indicando seu filho de quinze meses de idade para o conselho. O empresário está tendo um ano difícil: saiu da lista de bilionários da Forbes e foi condenado por atacar um outro convidado em um programa de televisão.
A fortuna do indiano Vijay Mallia não sobreviveu à derrocada da sua Kingfisher Airlines. Com uma dívida de 2 bilhões de dólares, a companhia aérea teve seus voos suspensos no final de 2012 e sua licença foi revogada pelas autoridades no início deste ano. Os outros negócios de Vijay, no ramo de bebidas, não foram suficientes para evitar que ele se juntasse à turma dos ex-bilionários.
Outro indiano que já viu dias melhores é Raj Rajaratnam. Em 2008, ele tinha 1,8 bilhão de dólares na conta e seu grupo Galleon gerenciava 7,5 bilhões em fundos ao redor do mundo. Atualmente, ele cumpre pena por liderar o maior esquema de insider-trading na história dos Estados Unidos.
Alberto Villar foi outro que entrou para o grupo de ex-bilionários por causa de problemas com a Justiça. O criador da Amerindo Investments foi condenado em 2008 a 9 anos de prisão por fraude, lavagem de dinheiro e apropriação de recursos de clientes, mas já está livre. Ele ficou famoso por apostas em empresas de tecnologia que o fizeram perder 5 bilhões de dólares com o crash da bolha de internet em 2000. Vilar também era reconhecido por ter doado mais de 200 milhões de dólares para instituições culturais.
William Randolph Hearst III faz parte de uma das famílias mais tradicionais dos Estados Unidos - seu avô, William Randolph Hearst, foi a inspiração para o filme Cidadão Kane e criou um dos maiores impérios de mídia do mundo. Neste ano, disputas legais entre a família mostraram que os pagamentos do Hearst Trust, que gerencia os negócios da empresa, são menores do que se imaginava - e a Forbes comprovou que William, o terceiro, perdeu o status de bilionário.
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