6 montadoras que desistiram de fabricar no Brasil - por ora
BMW, JAC, Land Rover... clique nas fotos para rever quais são as montadoras que desistiram de investir em uma fábrica no país – mas que podem repensar a decisão em breve
Tatiana Vaz
Publicado em 27 de setembro de 2012 às 12h59.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h17.
São Paulo – A BMW afirmou hoje que decidirá se vale a pena construir ou não uma fábrica no Brasil nas próximas três ou quatro semanas. Seria a conclusão de meses de incertezas da montadora sobre o assunto. No final do ano passado, a euforia tomou conta do mercado de automóveis no país depois que a BMW anunciou que pensava abrir uma fábrica no país. Em janeiro, uma fonte no Brasil chegou até a afirmar que a montadora estava nos estágios finais de escolha do local de sua primeira fábrica na América Latina, com uma decisão esperada para fevereiro. Mas a decisão do governo de aumentar o IPI sobre os carros importados, fez com a empresa desanimasse de montar sua primeira fábrica no Brasil. "Não iremos para o Brasil para termos prejuízo", disse diretor de produção da BMW, Frank-Peter Arndt, a jornalistas durante reunião anual do grupo, em março.
Outra montadora que havia decidido abrir uma fábrica no país e mudou de ideia (por enquanto) foi a JAC Motors. Em novembro do ano passado, a empresa divulgou seus planos de construir uma fábrica no polo de Camaçari, na Bahia. O investimento seria de 900 milhões de reais e a unidade poderia fabricar até 100.000 veículos por ano, em dois turnos de trabalho que empregariam 3.500 pessoas. Os planos foram por água abaixo meses depois, quando o governo tomou algumas medidas de proteção à indústria nacional de automóveis. Entre elas, a de aumentar em 30% o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros fabricados no exterior e exigências de que uma boa parte dos conteúdos desses carros fosse feito no país. “O que encareceria o produto brasileiro e o tornaria menos competitivo”, defendeu a empresa. Como resultado, as obras da fábrica da JAC permanecem paradas a espera de uma revisão das exigências do governo em relação ao assunto, segundo informações da própria empresa.
No início de junho, a Jaguar Land Rover, divisão de carros de luxo da indiana Tata Motors, suspendeu seu plano de investir em uma fábrica no Brasil por acreditar que “falta clareza em termos de políticas” para automóveis no país. A Land Rover havia anunciado o interesse em construir sua primeira fábrica brasileira em janeiro deste ano, dentro de sua estratégia de expandir sua atuação em mercados emergentes.
O aumento do IPI de carros importados também interrompeu o plano da quarta maior fabricante chinesa, a Great Wall, de começar a fabricar no Brasil. “O aumento do imposto inviabilizou temporariamente as negociações”, disse a EXAME.com Ricardo Strunz, diretor-geral da importadora CN Auto, que comandava as negociações. A Great Wall há anos tem o interesse de ingressar no mercado brasileiro, principalmente agora com a grande aceitação de outras chinesas como Chery e JAC. A CN Auto também é a importadora oficial das minivans Topic, da Jinbei, e Towner, da Hafei Motor. Além de naufragar as negociações com a Great Wall, o aumento do IPI também impactará a empresa.
Em maio, uma notícia publicada na revista Veja afirmava que as montadoras General Motors e PSA Peugeot Citröen pretendiam investir em uma fábrica conjunta no país. A unidade seria construída em Minas Gerais ou Rio de Janeiro a produziria quatro modelos de automóveis, dois de cada montadora. O plano durou pouco mais de um mês. Em junho, as duas desistiram do investimento conjunto – e desta vez o motivo não foi o aumento de IPI para importados, mas os reflexos negativos nas finanças das empresas causados pela crise econômica na Europa.
Mais lidas
Mais de Negócios
15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usadosComo a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhõesEle saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia