Negócios

5 fatores que explicam o mau momento do Citigroup

Queda do CEO Vikram Pandit, nesta terça-feira, sinaliza que grupo financeiro precisa e quer mudar a gestão para reverter perdas recorrentes

Citibank: banco registrou queda no lucro de 88% no terceiro trimestre (Justin Sullivan/Getty Images)

Citibank: banco registrou queda no lucro de 88% no terceiro trimestre (Justin Sullivan/Getty Images)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 16 de outubro de 2012 às 17h23.

São Paulo - Vikram Pandit bem que tentou, mas não conseguiu permanecer no cargo de CEO do Citigroup, após o grupo financeiro registrar o terceiro trimestre consecutivo de queda no lucro, e por isso foi substituído por Mike Corbat, nesta terça-feira, conforme anúncio oficial do Citi.

A queda do executivo reflete o desejo e a urgência de a companhia reverter os estragos recentes. No terceiro trimestre do ano, o Citi registrou queda de quase 90% no lucro, que totalizou 468 milhões de dólares no período. No trimestre anterior, os ganhos da companhia já haviam sido 12% menores em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com a empresa, o resultado nada favorável do terceiro trimestre foi influenciado por uma baixa contábil de 4,7 bilhões de dólares - por conta de uma participação que o grupo financeiro possuía em uma corretora operada pelo Morgan Stanley.

A baixa contábil, no entanto, não é o único fator que justifica o mau momento vivido pelo Citi nos últimos meses. Veja, a seguir, por que 2012 não está sendo um bom ano para o grupo financeiro americano:

Números que não crescem

Apesar de não ter registrado nenhum prejuízo durante o ano, nos três primeiros trimestres de 2012, o Citigroup viu seus ganhos despencarem significativamente em cada período.

No balanço do terceiro trimestre, o lucro da companhia caiu 88% na comparação com os mesmos meses de 2011. Um ano antes, o Citi havia registrado lucro de 3,7 bilhões de dólares.

Demissões em massa

No fim do ano passado, o Citigroup anunciou que demitiria pelo menos 4.500 funcionários e boa parte dessas baixas ocorreu ao longo de 2012. A maioria dos cortes foi feito nas áreas de back-office e do braço de investimento do grupo.


No meio do ano, circularam rumores de que o banco cortaria mais 350 pessoas da sua área de securitização, incluindo também o banco de investimento. Se efetivados,  os cortes se somariam aos 1.200 já anunciados pelo Citi para essa divisão do banco.

Perdas com o Facebook

Não foi só o Mark Zuckerberg que perdeu com a oferta inicial de ações do Facebook. O Citigroup também registrou prejuízo com a abertura de capital da rede social.

De acordo com fontes desse mercado, estima-se que a unidade de operações automáticas do grupo teve perdas de cerca de 20 milhões de dólares com o investimento na compra de ações do Facebook no IPO.

Ativos problemáticos

No segundo trimestre do ano, o lucro do grupo caiu 12% na comparação com o mesmo período de 2011. A queda, de acordo com a companhia, esteve atrelada ao prejuízo de quase 1 bilhão de dólares registrado pela Citi Holdings, unidade criada em 2009 para concentrar ativos imobiliários e outros negócios do banco após a crise global de 2008.

O grupo financeiro vem, lentamente, diminuindo o tamanho dos ativos que fazem parte da Citi Holdings, para diminuir assim os prejuízos gerados com os negócios. No entanto, a queda com as despesas ainda é menor na comparação com a queda da receita dessa unidade de negócio da companhia.

Multa milionária

No início do ano, o Citigroup foi condenado a pagar multa de 158,3 milhões de dólares ao governo dos Estados Unidos referente a uma ação judicial que acusou o Citi de falsificar declarações sobre a qualidade dos empréstimos imobiliários para obter garantias públicas.

Segundo a ação, as declarações falsas foram feitas pelo banco em janeiro de 2004.

Acompanhe tudo sobre:BalançosBancosCitibankCitigroupDemissõesDesempregoEficiênciaEmpresasEmpresas americanasFaturamentoFinançasgestao-de-negocios

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia