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20 milhões para investir: o que Ace Ventures procura na nova safra de startups

Com sete veículos de investimentos, a gestora acumula aportes em mais de 150 startups. Em 2024, busca mais 20

Pedro Waengertner, da Ace Ventures: Startups que usam IA tem sido agora uma constante nos investimentos que temos feito agora (Ace Ventures/Divulgação)
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 1 de março de 2024 às 09h36.

Última atualização em 1 de março de 2024 às 11h50.

A Ace Ventures está com dinheiro novo para investir este ano. A gestora está com 20 milhões de reais para alocar, fruto de um fundo ainda em captação. A previsão é de investir em até 20 startups ao longo do ano.

A gestora mantém a tese de investir em negócios de plataforma SaaS (software as Service) e B2B, aqueles que oferecem serviços para outras companhias. Com atuação focada em startups em estágios iniciais, a Ace trabalha com cheques em valores entre R$ 500.000 e R$ 1,5 milhão.

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“Geralmente, é onde nós conseguimos apoiar mais, onde a nossa comunidade faz mais sentido para esses times fundadores e onde nós temos confiança de que podemos gerar mais valor”, afirma Pedro Waengertner, cofundador e CEO da Ace Ventures.

Ele criou a gestora há 12 anos, ao lado do empreendedor americano Mike Ajnsztajn. Fundada como uma aceleradora, a ACE ampliou a atuação incluindo braços de educação, eventos, consultoria de inovação e, mais recentemente, CVC (Corporate Venture Capital) e uma boutique de fusões e aquisições, sob o nome de Ace Advisors.

Startups que já receberam investimento da Ace

Na trajetória, a casa acumula aportes em mais de 150 startups e a saída em cerca de 30 dessas operações. O portfólio conta com a plataforma de gestão de plano de saúde Wellbe, a solução de táxi aéreo Flapper e a startup catarinense de logística Melhor Envio, adquirida pela Locaweb em 2020.

A cateira foi costurada a partir de sete veículos de investimento que aportaram R$ 34 milhões, recursos usados principalmente nos últimos anos. O novo fundo, ainda em captação, será é o maior da história da Ace.

A unidade de venture capital, somada à Ace Cortex, consultoria de inovação, é a operação mais antiga. Juntas, representam cerca de 70% de todo o negócio. A empresa não revelou o faturamento.

No ano passado, a gestora investiu em R$ 15 milhões em 21 startups. O valor considera operações com a TM3 Capital, gestora do Funses, o fundo soberano do Espírito Santos, do qual a ACE participa como aceleradora.

Para onde a Ace está olhando

“Nós vimos o desânimo grande do mercado em 2022 e aí foi onde pisamos no acelerador. Começamos a perceber que deveríamos ter uma reversão no mau humor, com a retomada da economia”, diz Waengertner.

Neste novo cenário, a gestora tem percebido um novo perfil de fundadores e negócios. Os empreendedores são mais experientes, em segunda ou terceira jornada. Há também uma maior presença de profissionais que saíram de startups para construir os próprios negócios.

Além disso, a inteligência artificial generativa virou uma figura mandatória nos modelos nas novas startups.“Aumentou o interesse das pessoas sobre o tema da tecnologia de inovação e a IA veio como uma nova camada. E tem sido agora uma constante nos investimentos que temos feito agora. Não em empresas de IA, mas que utilizam IA para algo que não era possível antes”, afirma.

A safra atual apresenta ainda uma característica peculiar, que o CEO chama de “cauda do cometa”. No passado, algumas startups operavam ‘nas costas’ de grandes companhias, como iFood, Mercado Livre e do Gympass, oferecendo serviços financeiros, por exemplo.

“Como o mercado está se tornando maior, algumas startups estão criando modelos aproveitando o tamanho desse arrasto”, diz.  "Tem várias empresas que oferecem desde analytics para os caras que têm loja no Mercado Livre, até formas de como que oferecer produtos e serviços diferenciados para esse cara usando o ecossistema da empresa".

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