12 empresas que sofreram com o câmbio no terceiro trimestre
Valorização da moeda americana frente ao real impactou resultado financeiro de diversas companhias no período; veja algumas delas
Daniela Barbosa
Publicado em 14 de novembro de 2011 às 09h44.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h29.
São Paulo – O terceiro trimestre do ano para algumas companhias brasileiras foi impactado negativamente pela valorização do dólar frente ao real. A moeda americana chegou a valer mais de 1,90 real no mês de setembro e isso pesou no balanço de algumas empresas de capital aberto por aqui. Boa parte dos prejuízos ou quedas nos lucros registrados no período foi justificada pela variação cambial. Algumas empresas, como a Braskem , por exemplo, chegou a acumular perdas de mais de 1 bilhão de reais devido a alta do dólar. Veja, a seguir, 12 companhias que sofreram com a variação cambial no terceiro trimestre:
A variação cambial teve um impacto negativo de 6,5 bilhões de reais no resultado financeiro da Petrobras no terceiro trimestre. De acordo com a estatal, o efeito do câmbio foi o grande redutor do resultado nesse período. No terceiro trimestre, o lucro líquido da Petrobras caiu quase 26% na comparação com o mesmo período de 2010.
No terceiro trimestre do ano, a Embraer registrou prejuízo de 200.000 reais, revertendo um lucro líquido de 220 milhões de reais um ano antes. Segundo a companhia, o resultado negativo foi decorrente de impostos maiores causados pelo real mais fraco e ativos em dólar mais valorizados. As despesas administrativas no terceiro trimestre alcançaram 113,1 milhões de reais. Boa parte das despesas operacionais da Embraer é incorrida em dólar.
A Cosan , maior grupo de açúcar e etanol do Brasil, registrou no terceiro trimestre queda de quase 75% no seu lucro líquido. No período, os ganhos da companhia passaram de 251,1 milhões de reais para 63,2 milhões de reais. De acordo com a Cosan, a desvalorização de 19% do real frente ao dólar foi o principal agravante. No período também, o resultado financeiro da companhia passou de receitas de 86,4 milhões de reais um ano antes para despesas de 393,6 milhões de reais.
O prejuízo do Marfrig no terceiro trimestre do ano cresceu 687,2% na comparação com o mesmo período de 2010. A variação cambial, de acordo com a companhia, foi o principal motivo pelo aumento das perdas. De julho a setembro, o frigorífico acumulou perdas de 540 milhões de reais. O resultado financeiro líquido do Marfrig ficou negativo em 1,36 bilhão de reais, a valorização do dólar frente ao real também impactou esse resultado.
A Fibria , fabricante de celulose, fechou o terceiro trimestre de 2011 com prejuízo de 1,1 bilhão de reais, revertendo lucro de 303 milhões de reais no mesmo período de 2010. Segundo a companhia, o resultado se deve "ao efeito da valorização do dólar no resultado financeiro, efeito este majoritariamente contábil". Isso porque, 92% das dívidas da companhia são em dólar. As operações de hedge (proteção) causaram perdas de 558 milhões de reais. No mesmo período do ano passado, os mesmos instrumentos permitiram ganhos de 53 milhões de reais.
A variação cambial também contribuiu com que a TAM acumulasse prejuízo de quase 620 milhões no terceiro trimestre do ano. Segundo balanço divulgado pela companhia, as despesas líquidas no período somaram 1,3 bilhão de reais em função da alta do dólar. A valorização da moeda americana impactou a dívida da TAM atrelada ao dólar, principalmente os arrendamentos mercantis, bônus seniores e outros tipos de empréstimos. No mesmo período do ano passado, a TAM havia registrado receita líquida de 345,2 milhões de reais devido a valorização da moeda brasileira.
No terceiro trimestre, a Gol registrou perdas de 516,5 milhões de reais revertendo um lucro acumulado de 110 milhões de reais no mesmo período de 2010. A variação cambial do período gerou despesas à companhia de mais de 476 milhões de reais. O montante teve impacto direto nos resultados da companhia. No terceiro trimestre de 2010, a companhia havia acumulado ganhos de 90,5 milhões de reais com a variação cambial.
A Cesp registrou prejuízo de 98,6 milhões de reais no terceiro trimestre. O resultado negativo foi influenciado pela valorização do dólar na dívida em moeda estrangeira da companhia. A despesa de variação cambial da companhia foi de 216,9 milhões de reais, no período.
No terceiro trimestre, a Ambev viu seu lucro líquido despencar 7%, para 1,6 bilhão de reais. As despesas gerais e administrativas somaram 1,8 bilhão de reais. O resultado financeiro líquido foi negativo em 306,3 milhões de reais - uma piora de 354,4 milhões de reais na comparação anual. Segundo a companhia, a queda se deveu a perdas não realizadas de variação cambial sobre contas a pagar e empréstimos entre empresas do grupo decorrentes da depreciação do real.
O lucro líquido da Vale no terceiro trimestre do ano totalizou 7,8 bilhões de reais, uma queda de 18,3% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Segundo a companhia, a depreciação do real em relação ao dólar causou um impacto negativo no lucro líquido de 4 bilhões de reais no trimestre, contra um efeito positivo de 848 milhões reais registrado um ano antes.
A Usiminas não acumulou prejuízo no terceiro trimestre de 2011, mas reduziu em 70% seu lucro no período, para 154 milhões de reais. As despesas líquidas da companhia somaram 195,8 milhões de reais no período, contra 45,6 milhões de reais de receitas apuradas no trimestre anterior. Segundo a companhia, o aumento nas despesas pode ser atribuído às perdas cambiais decorrentes da desvalorização de 18,8% do real frente ao dólar no terceiro trimestre.
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