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Remy Sharp
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A relação entre a Hand Talk e a Bossanova Investimentos começou antes mesmo das duas empresas existirem e chega ao fim depois de mais de 10 anos. Os três sócios da startup de impacto e acessibilidade para pessoas surdas recompraram as ações da gestora fundada por João Kepler e Pierre Schurmann em 2015.

A Hand Talk foi lançada no começo da década passada com a motivação de facilitar a comunicação entre pessoas surdas e ouvintes, oferecendo um app em que os personagens virtuais Hugo e Maya traduzem textos e imagem para a língua de sinais. Com o passar dos anos, a empresa entrou no mercado B2B com um plugin para que companhias como Magalu, Claro, Chevrolet, Coca-Cola e Unimed tornem os seus sites acessíveis.

O relacionamento entre as duas partes começou em 2012 quando Ronaldo Tenório, Carlos Wanderlan e Thadeu Luz subiram ao palco de um evento organizado por Kepler, em Maceió, capital de Alagoas, e apresentaram o projeto da Hand Talk. Essa primeira apresentação do trio formado por um publicitário, um desenvolvedor de aplicativos e um arquiteto especializado em animação 3D, respectivamente, rendeu um cheque de R$ 170 mil, valor capitaneado por Kepler e outros investidores-anjo para que desenvolvessem o protótipo.

De lá para cá, os contatos entre os quatro só aumentaram. Kepler estava com os jovens empreendedores em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, quando ganharam o prêmio de melhor app social do mundo pela ONU, em 2013, e continuou investindo no projeto.

Quando ele se uniu ao Schurmann para a fundação da Bossa, a startup veio com outras do seu portfólio e começou a integrar o portfólio da gestora. Em 2018, a Bossa Nova acompanhou a rodada de investimento que a startup recebeu de aproximadamente R$ 2,5 milhões, um movimento liderado pela Kviv Ventures e que posicionou a empresa de Maceió para a internacionalização.

Qual o estágio da startup

Em 2022, a Hand Talk faturou mais de R$ 10 milhões, crescimento em torno de 50%, ritmo que tem mantido nos últimos cinco anos. O novo patamar abriu o caminho para a saída da gestora, focada em negócios early stage e com cheques que orbitam em torno de R$ 550 mil.

“A gente tem um limite de apoio e a Hand Talk hoje precisa de outros apoios, de fundos maiores e que ofereçam outros tipos de negociações com parceiros estratégicos”, afirma Kepler, CEO da Bossanova. Considerando os últimos aportes, a operação, que representa a centésima saída (exit) do fundo de venture capital, rendeu um múltiplo de mais de 10 vezes o valor investido.

“A Hand Talk é um marco importante por vários sentidos. Pela questão emocional, por ser a centésima saída, pelo múltiplo e por saber que eles vão muito mais longe”, diz o empreendedor.

Quais as estratégias para continuar crescendo

A expansão da startup no mercado veio nos últimos cinco anos, quando se debruçou sobre o B2B para oferecer um plugin para que os sites de grandes companhias se tornem acessíveis. O faturamento é concentrado nesta operação, e o app, disponível para os clientes finais, desempenha o papel de geração de impacto, educação e conexão.

Desde 2020, além da opção de converter automaticamente áudio ou texto para Língua Brasileira de Sinais (Libras), a startup trabalha com Língua de Sinais Americana (ASL), que responde hoje 25% dos usuários do app.

Com esse bom termômetro, um próximo passo nesta trajetória é entrar com a divisão B2B nos Estados Unidos. "A gente está lançando agora no segundo semestre”, diz Ronaldo Tenório, cofundador e CEO da Hand Talk. “Boa parte das empresas que a gente tem aqui já atuam fora como Samsung e a Prudential, então a gente já tem um caminho para dar o primeiro passo”.

Outra estratégia observada pelos sócios é o reconhecimento de movimento. Ou seja, o caminho inverso: permitir que pessoas surdas sinalizem e a ferramenta converta a informação em textos e áudios.

A solução pode ser usada tanto no app quanto no B2B, em momentos como:

  • Plataformas de videoconferência
  • Atendimentos presenciais
  • Integração com chatbots
  • Educação, checando se as pessoas estão fazendo as sinalizações corretas

Segundo Tenório, o desenvolvimento desses processos será importante para que a startup avance no projeto de internacionalização e consiga atrair fundos que agreguem também conhecimento, além de capital.“A gente está conversando com fundos e estruturando as soluções para poder atrair a atenção de fundos estrangeiros que nos ajudem nesta etapa de internacionalização”, diz.

Para este ano, a empresa estima um crescimento de 70%, fechando dezembro com faturamento em torno de R$ 17 milhões.

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