10 casamentos entre montadoras que deram em divórcio
Confira os casamentos da indústria automotiva que terminaram apenas em lágrimas
Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2016 às 07h45.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h20.
São Paulo - No início do ano, Ferrari e Fiat (hoje parte do grupo FCA, junto com a Chrysler) oficialmente tornaram-se empresas separadas, encerrando um relacionamento umbilical que já durava quase 50 anos. Mas esse não foi o primeiro divórcio na história da indústria automotiva - pelo contrário.
Ao se casarem no Brasil em 1987, iam poupar recursos e maximizar resultados. Só que a Ford ficou com dinheiro, mas sem carro próprio e a VW, sem independência. O choque entre as culturas das matrizes americana (Ford) e alemã (VW) também deu o que falar. Largaram-se em 1996, dando antes à luz carros como o VW Logus, irmão do Ford Escort.
Foi um golpe do baú: a Citroën estava de olho no filho que teria com a Maserati e comprou a italiana em 1968 para usar seu V6 sob o capô do Citroën SM, em 1970. Mas a crise do petróleo quebrou a francesa, que foi obrigada a vender a Maserati e se juntar à Peugeot, formando a PSA, que dura até hoje.
Em 1979, a Mazda enfrentou dificuldades e a Ford comprou 7% de suas ações. Na crise asiática dos anos 90, o percentual americano subiu para 33,4%. Vieram os filhos, como o Mazda3, até chegar a crise mundial de 2008 e a Ford deixar a parceira.
Desde 1971, elas se ajudavam. Em 1990, viram que podiam unir forças e trocaram ações. Daí sairiam os substitutos de Volvo 900 (foto) e Renault Safrane, mas investidores Volvo foram contra e eles se despediram ainda no altar, em 1994.
Nos anos 60, a Chrysler queria morar na Europa, mas para isso precisaria casar com uma local. Escolheu a Simca. Era fachada: logo a americana dominou tudo e expulsou a francesa de casa. Em 1977, a Chrysler Europa faliu. No Brasil, a Simca saiu de cena dez anos antes, sobrando só o Esplanada.
O CEO Bob Eaton deixou a Chrysler atrativa. Jürgen Schrempp, da Daimler, cobiçou a americana. Em 1998, fizeram um “casamento de iguais”. Mas o alemão era genioso e a americana, independente. Os filhos, como o Chrysler Crossfire (um esportivo feito sobre a base do Mercedes SLK), não queriam sair de casa. Separaram-se em 2007.
A BMW adquiriu um harém em 1994, o Rover Group, com Mini, Rover, Austin e Land Rover. Mas a alemã só queria a Mini. Com o harém desfeito, a Land Rover, famosa pelo Defender, foi vendida à Ford, em 2000. Mas nem isso durou muito: oito anos depois, a marca seria comprada pela indiana Tata Motors, junto com a Jaguar.
Em 1981, a GM comprou 5,3% da Suzuki. Foi chegando sorrateira até abocanhar 20% em 2000. A Suzuki deu à GM o Grand Vitara, que virou Tracker, e recebeu o Celta, que virou Suzuki Fun. Sem dinheiro, em 2008 a GM reduziu sua participação a 3%. Os japoneses começaram a namorar o grupo VW, que cogitou adquirir 20% da empresa, mas o relacionamento acabou não dando liga.
Em 1999, a Ford (sempre ela) comprou a Volvo. Mas a sueca se viu num casamento poligâmico, com Aston, Jaguar e Land Rover. Nasceram filhos como o caçula C30, parente próximo do Focus (e do Mazda 3 citado lá em cima), mas a Ford desfez a festa por causa do crise de 2008 e entregou-a à chinesa Geely.
O noivado foi em 2000, com alianças na forma de 20% de ações da Fiat por 5,1% da GM. Mas brigaram e, em 2004, a americana pagou à Fiat 1 bilhão de dólares de indenização. Só restaram as lembranças, como o motor 1.8 GM nos Fiat, como o Stilo.
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