10 ameaças ao Facebook (e que eles mesmos admitem)
IPO do Facebook expõe as principais fraquezas da maior rede social do mundo
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2012 às 15h02.
São Paulo – À primeira vista, o Facebook hoje parece uma fortaleza indevassável no mundo das redes sociais. Enquanto o Orkut definha e o Google + engatinha, a empresa de Mark Zuckerberg caminha para um IPO bilionário. Apesar de todo o entusiasmo dos investidores, o próprio Facebook admite que não é infalível.
No prospecto preliminar da abertura de capital, a empresa dedica 17 páginas para tratar dos riscos a que está sujeita. Da chegada de novos concorrentes a ações judiciais, passando pela eventual perda de receitas, o Facebook expôs suas maiores fraquezas.
Veja, a seguir, dez pontos fracos que podem arruinar a rede social:
Enfrentar uma debandada de usuários
A empresa encerrou dezembro de 2011 com 845 milhões de usuários ativos por mês. O próprio Facebook afirma que “o tamanho de nossa base de usuários e o seu nível de engajamento é crítico para o nosso sucesso.”
O prospecto lembra que outras redes sociais enfrentaram o declínio de sua popularidade, após uma explosão inicial de usuários. “Não há garantias de que não vamos experimentar uma erosão similar em nossa base de usuários ativos ou no nível de engajamento”, afirma a empresa.
Enfrentar uma debandada de anunciantes
Há uma velha piada corporativa que diz que, se você não está pagando nada pelo produto, é porque você é o produto. Um número elevado de usuários é importante para o Facebook atrair anunciantes – e aqui está outro risco da rede.
Entre 2009 e 2011, a fatia da publicidade sobre o total de receita do Facebook baixou de 98% para 85%. Ainda assim, trata-se de uma grande dependência. E o primeiro fator de risco para afugentar os anunciantes, segundo o Facebook, é uma eventual queda no número de usuários ativos, de seu nível de engajamento ou do tempo gasto na rede.
Avanço dos aparelhos celulares
O número de usuários ativos que acessam o Facebook por meio de aparelhos celulares avança em ritmo maior que o total da base de usuários. Em dezembro, 425 milhões de pessoas utilizaram o Facebook deste modo.
O problema é um só: a plataforma do Facebook para celular não exibe publicidade. Se as pessoas migrarem dos computadores convencionais para os telefones, a receita da rede pode cair, bem como seus resultados financeiros.
Mais problemas com os celulares
Outro problema da adesão dos usuários do Facebook ao celular é que o seu nível de engajamento e o tempo gasto na rede dependem, também, de fatores que o Facebook não pode controlar.
Entre eles, estão a manutenção de uma rede eficiente de telecomunicações, a compatibilidade dos sistemas operacionais dos aparelhos com o Facebook, e eventuais ferramentas incompatíveis com os celulares.
Assédio da concorrência
O próprio Facebook é um exemplo de que, cada vez mais, os líderes da internet serão desafiados por quem está chegando – com chances reais de desbancá-los. Quando o Facebook surgiu, o Orkut e o MySpace estavam entre as redes sociais mais badaladas.
Agora, Zuckerberg e companhia enfrentam a concorrência de novas redes, como o Google+, além de redes regionais como a coreana Cyworld e a japonesa Mixi. O prospecto cita explicitamente a força do Orkut no Brasil como um dos desafios.
Censura política
“É possível que governos de um ou mais países procurem censurar o conteúdo disponível do Facebook”, afirma a empresa no prospecto. A empresa cita as atuais restrições que sofre na Coreia do Norte, Síria, China e Irã como exemplos.
Além do aspecto político de uma medida como essa, há um lado prático, segundo o Facebook: censura significa menos usuários, menos engajamento, mesmo a oferecer aos anunciantes, e, portanto, menos receitas e bons resultados para o site.
Vazamento de informações de usuários
Se há algo pelo qual os internautas zelam, é pela sua privacidade. Um dos maiores riscos que o próprio Facebook admite correr é o de vazamento das informações dos usuários. “Quaisquer incidentes envolvendo o acesso não autorizado ou o uso impróprio das informações de nossos usuários poderia prejudicar nossa reputação e nossa marca e reduzir nossa posição competitiva.”
Dependência excessiva do Zynga
Se 85% das receitas do Facebook vieram de publicidade no ano passado, outro dado também impressiona. O Zynga, criador de jogos para internet como o sucesso Farmville, respondeu por 12% do faturamento da empresa de Mark Zuckerberg em 2011.
O dinheiro provém das taxas que o Zynga paga ao Facebook por vendas virtuais e pela publicidade veiculada. Os riscos são de que o Zynga resolva mudar de parceiro, migrando seus jogos para outra plataforma da internet.
Centralização das decisões em Zuckerberg
Mesmo após o IPO, Zuckerberg continuará mandando no Facebook – e a empresa admite que este é um fator de risco. Ele tem poder de determinar a pauta de discussões do conselho da empresa, seus rumos, seus diretores e o destino dos bens da companhia.
O prospecto afirma que, no caso de morte de seu fundador, o controle deve ser transferido para alguém ou alguma entidade por ele indicado. Para um jovem bilionário de 27 anos, parece um tanto sombrio discutir esse tema, mas o mercado não perdoa – Zuckerberg não tem um sucessor claro. Logo, a empresa não tem um plano caso ele deixe o leme.
Ataques virtuais
Estão aí os recentes ataques do Anonymus para lembrar que, no mundo virtual, ninguém está imune a ataques de hackers, ativistas virtuais ou criminosos.
“Embora seja difícil determinar quais danos poderiam resultar de uma interrupção específica ou ataque, qualquer falha o desempenho, a confiabilidade, segurança e disponibilidade de nossos produtos e a infraestrutura técnica para satisfazer nossos usuários pode prejudicar nossa reputação e capacidade de reter usuários ou atrair novos.”
São Paulo – À primeira vista, o Facebook hoje parece uma fortaleza indevassável no mundo das redes sociais. Enquanto o Orkut definha e o Google + engatinha, a empresa de Mark Zuckerberg caminha para um IPO bilionário. Apesar de todo o entusiasmo dos investidores, o próprio Facebook admite que não é infalível.
No prospecto preliminar da abertura de capital, a empresa dedica 17 páginas para tratar dos riscos a que está sujeita. Da chegada de novos concorrentes a ações judiciais, passando pela eventual perda de receitas, o Facebook expôs suas maiores fraquezas.
Veja, a seguir, dez pontos fracos que podem arruinar a rede social:
Enfrentar uma debandada de usuários
A empresa encerrou dezembro de 2011 com 845 milhões de usuários ativos por mês. O próprio Facebook afirma que “o tamanho de nossa base de usuários e o seu nível de engajamento é crítico para o nosso sucesso.”
O prospecto lembra que outras redes sociais enfrentaram o declínio de sua popularidade, após uma explosão inicial de usuários. “Não há garantias de que não vamos experimentar uma erosão similar em nossa base de usuários ativos ou no nível de engajamento”, afirma a empresa.
Enfrentar uma debandada de anunciantes
Há uma velha piada corporativa que diz que, se você não está pagando nada pelo produto, é porque você é o produto. Um número elevado de usuários é importante para o Facebook atrair anunciantes – e aqui está outro risco da rede.
Entre 2009 e 2011, a fatia da publicidade sobre o total de receita do Facebook baixou de 98% para 85%. Ainda assim, trata-se de uma grande dependência. E o primeiro fator de risco para afugentar os anunciantes, segundo o Facebook, é uma eventual queda no número de usuários ativos, de seu nível de engajamento ou do tempo gasto na rede.
Avanço dos aparelhos celulares
O número de usuários ativos que acessam o Facebook por meio de aparelhos celulares avança em ritmo maior que o total da base de usuários. Em dezembro, 425 milhões de pessoas utilizaram o Facebook deste modo.
O problema é um só: a plataforma do Facebook para celular não exibe publicidade. Se as pessoas migrarem dos computadores convencionais para os telefones, a receita da rede pode cair, bem como seus resultados financeiros.
Mais problemas com os celulares
Outro problema da adesão dos usuários do Facebook ao celular é que o seu nível de engajamento e o tempo gasto na rede dependem, também, de fatores que o Facebook não pode controlar.
Entre eles, estão a manutenção de uma rede eficiente de telecomunicações, a compatibilidade dos sistemas operacionais dos aparelhos com o Facebook, e eventuais ferramentas incompatíveis com os celulares.
Assédio da concorrência
O próprio Facebook é um exemplo de que, cada vez mais, os líderes da internet serão desafiados por quem está chegando – com chances reais de desbancá-los. Quando o Facebook surgiu, o Orkut e o MySpace estavam entre as redes sociais mais badaladas.
Agora, Zuckerberg e companhia enfrentam a concorrência de novas redes, como o Google+, além de redes regionais como a coreana Cyworld e a japonesa Mixi. O prospecto cita explicitamente a força do Orkut no Brasil como um dos desafios.
Censura política
“É possível que governos de um ou mais países procurem censurar o conteúdo disponível do Facebook”, afirma a empresa no prospecto. A empresa cita as atuais restrições que sofre na Coreia do Norte, Síria, China e Irã como exemplos.
Além do aspecto político de uma medida como essa, há um lado prático, segundo o Facebook: censura significa menos usuários, menos engajamento, mesmo a oferecer aos anunciantes, e, portanto, menos receitas e bons resultados para o site.
Vazamento de informações de usuários
Se há algo pelo qual os internautas zelam, é pela sua privacidade. Um dos maiores riscos que o próprio Facebook admite correr é o de vazamento das informações dos usuários. “Quaisquer incidentes envolvendo o acesso não autorizado ou o uso impróprio das informações de nossos usuários poderia prejudicar nossa reputação e nossa marca e reduzir nossa posição competitiva.”
Dependência excessiva do Zynga
Se 85% das receitas do Facebook vieram de publicidade no ano passado, outro dado também impressiona. O Zynga, criador de jogos para internet como o sucesso Farmville, respondeu por 12% do faturamento da empresa de Mark Zuckerberg em 2011.
O dinheiro provém das taxas que o Zynga paga ao Facebook por vendas virtuais e pela publicidade veiculada. Os riscos são de que o Zynga resolva mudar de parceiro, migrando seus jogos para outra plataforma da internet.
Centralização das decisões em Zuckerberg
Mesmo após o IPO, Zuckerberg continuará mandando no Facebook – e a empresa admite que este é um fator de risco. Ele tem poder de determinar a pauta de discussões do conselho da empresa, seus rumos, seus diretores e o destino dos bens da companhia.
O prospecto afirma que, no caso de morte de seu fundador, o controle deve ser transferido para alguém ou alguma entidade por ele indicado. Para um jovem bilionário de 27 anos, parece um tanto sombrio discutir esse tema, mas o mercado não perdoa – Zuckerberg não tem um sucessor claro. Logo, a empresa não tem um plano caso ele deixe o leme.
Ataques virtuais
Estão aí os recentes ataques do Anonymus para lembrar que, no mundo virtual, ninguém está imune a ataques de hackers, ativistas virtuais ou criminosos.
“Embora seja difícil determinar quais danos poderiam resultar de uma interrupção específica ou ataque, qualquer falha o desempenho, a confiabilidade, segurança e disponibilidade de nossos produtos e a infraestrutura técnica para satisfazer nossos usuários pode prejudicar nossa reputação e capacidade de reter usuários ou atrair novos.”