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Zona Euro é pressionada por agências de classificação de risco

As agências S&P, Moody's e Fitch concordam que a situação é suficientemente grave para ameaçar degradar rapidamente a nota de solvência de vários países

Países da união monetária, que organizam uma cúpula após a outra, não conseguem convencer os mercados financeiros (Torsten Blackwood/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2011 às 10h14.

Paris - Com suas ameaças de rebaixar as notas de solvência de diversos países, as três grandes agências de classificação de risco aplicam pressão máxima sobre uma Zona Euro na qual vários Estados-membros encaminham-se para a recessão.

Os países da união monetária, que organizam uma cúpula após a outra para tentar resolver a crise da dívida sem conseguir convencer os mercados financeiros, deverão adotar medidas a favor do crescimento econômico, e não se preocupar apenas em reduzir sua dívida com medidas de austeridade, advertiu neste sábado o economista-chefe da agência de classificação de risco Standard and Poor's.

"É necessário uma tomada de consciência mais forte" sobre a necesidade de se preocupar com o crescimento, declarou neste sábado Jean-Michel Six à rádio BFM Business, completando que na última cúpula europeia de 8 e 9 de dezembro em Bruxelas o problema ficou evidente.

Segundo ele, faz falta "uma estratégia de retorno ao crescimento, que obrigatoriamente deve equilibrar o saneamento das finanças públicas".

Muitos países da Zona Euro, pressionados pelos mercados financeiros, adotaram planos de rigor fiscal para reduzir a dívida, o que teve como efeito perverso uma depressão das perspectivas de crescimento.

A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já advertiu no fim de novembro que "a Zona Euro parece atravessar uma leve recessão".

A Itália , um dos países mais afetados pelo volume de sua dívida pública (120% de seu PIB), adotou na sexta-feira na Câmara dos Deputados o plano de rigor do chefe de governo Mario Monti. Este inclui medidas para reduzir o déficit em cerca de 20 bilhões de euros até 2014, e outras de mais de 10 bilhões de euros para reativar a atividade econômica.


"Há uma possibilidade muito elevada de que a Zona Euro sofra uma recessão mais grave que a que temos em nosso cenário de base. Estimamos em 40% as possibilidades de uma recessão realmente séria, que se traduziria em um ano de queda da atividade em vez de um semestre", comentou o economista chefe da Standard and Poor's.

As três agências (S&P, Moody's e Fitch) concordam que a situação é suficientemente grave para ameaçar degradar rapidamente a nota de solvência de vários países, o que poderia causar um aumento dos custos de financiamento dos mesmos e, portanto, maior endividamento.

Na sexta-feira à noite, a Fitch colocou sob vigilância as notas de Espanha, Itália, Bélgica, Eslovênia, Chipre e Irlanda. Isso significa que poderá reduzir a nota de solvência desses países até o fim de janeiro.

Horas mais tarde, a Moody's rebaixou em dois níveis a nota da Bélgica, para "Aa3". Apesar disso, o país continua na categoria de emissores de boa qualidade.

A Moody's prevê também revisar a nota dos países da Zona Euro e da UE no primeiro trimestre de 2012.

A S&P, por sua vez, colocou 15 dos 17 Estados-membros do euro em perspectiva negativa, ameaçando a máxima classificação de crédito (AAA) que ostentam as duas principais economias do bloco, Alemanha e França.

"Temos perfeita consciência de nossas enormes responsabilidades nesse âmbito. Decidiremos a partir de um trabalho profundo", declarou Six, cuja agência prometeu tomar sua decisão rapidamente após a cúpula de 8 e 9 de dezembro.

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Paris - Com suas ameaças de rebaixar as notas de solvência de diversos países, as três grandes agências de classificação de risco aplicam pressão máxima sobre uma Zona Euro na qual vários Estados-membros encaminham-se para a recessão.

Os países da união monetária, que organizam uma cúpula após a outra para tentar resolver a crise da dívida sem conseguir convencer os mercados financeiros, deverão adotar medidas a favor do crescimento econômico, e não se preocupar apenas em reduzir sua dívida com medidas de austeridade, advertiu neste sábado o economista-chefe da agência de classificação de risco Standard and Poor's.

"É necessário uma tomada de consciência mais forte" sobre a necesidade de se preocupar com o crescimento, declarou neste sábado Jean-Michel Six à rádio BFM Business, completando que na última cúpula europeia de 8 e 9 de dezembro em Bruxelas o problema ficou evidente.

Segundo ele, faz falta "uma estratégia de retorno ao crescimento, que obrigatoriamente deve equilibrar o saneamento das finanças públicas".

Muitos países da Zona Euro, pressionados pelos mercados financeiros, adotaram planos de rigor fiscal para reduzir a dívida, o que teve como efeito perverso uma depressão das perspectivas de crescimento.

A Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já advertiu no fim de novembro que "a Zona Euro parece atravessar uma leve recessão".

A Itália , um dos países mais afetados pelo volume de sua dívida pública (120% de seu PIB), adotou na sexta-feira na Câmara dos Deputados o plano de rigor do chefe de governo Mario Monti. Este inclui medidas para reduzir o déficit em cerca de 20 bilhões de euros até 2014, e outras de mais de 10 bilhões de euros para reativar a atividade econômica.


"Há uma possibilidade muito elevada de que a Zona Euro sofra uma recessão mais grave que a que temos em nosso cenário de base. Estimamos em 40% as possibilidades de uma recessão realmente séria, que se traduziria em um ano de queda da atividade em vez de um semestre", comentou o economista chefe da Standard and Poor's.

As três agências (S&P, Moody's e Fitch) concordam que a situação é suficientemente grave para ameaçar degradar rapidamente a nota de solvência de vários países, o que poderia causar um aumento dos custos de financiamento dos mesmos e, portanto, maior endividamento.

Na sexta-feira à noite, a Fitch colocou sob vigilância as notas de Espanha, Itália, Bélgica, Eslovênia, Chipre e Irlanda. Isso significa que poderá reduzir a nota de solvência desses países até o fim de janeiro.

Horas mais tarde, a Moody's rebaixou em dois níveis a nota da Bélgica, para "Aa3". Apesar disso, o país continua na categoria de emissores de boa qualidade.

A Moody's prevê também revisar a nota dos países da Zona Euro e da UE no primeiro trimestre de 2012.

A S&P, por sua vez, colocou 15 dos 17 Estados-membros do euro em perspectiva negativa, ameaçando a máxima classificação de crédito (AAA) que ostentam as duas principais economias do bloco, Alemanha e França.

"Temos perfeita consciência de nossas enormes responsabilidades nesse âmbito. Decidiremos a partir de um trabalho profundo", declarou Six, cuja agência prometeu tomar sua decisão rapidamente após a cúpula de 8 e 9 de dezembro.

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