O leão Cecil: morto por dentista americano em parque do Zimbábue (Daughter#3/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2015 às 14h41.
Harare - O governo do Zimbábue não solicitará a extradição do dentista americano que matou Cecil, o leão mais famoso do país africano, para julgá-lo por tê-lo abatido supostamente de forma ilegal no último mês de julho.
A ministra do Meio Ambiente, Oppah Muchinguri-Kashiri, anunciou hoje que o Zimbábue não pedirá a extradição do dentista Walter Palmer porque seus papéis estavam "regulares" quando participou do safári no qual matou Cecil, usando primeiro um arco e flecha e depois uma espingarda.
"Os documentos estavam em ordem... O problema agora é interno", admitiu a ministra em declarações aos jornalistas em Harare.
Palmer está livre para voltar ao Zimbábue "como turista", já que não será acusado da morte ilegal do leão, líder de sua manada e um dos preferidos dos turistas.
O felino levava um colar com um dispositivo que lhe permitia ser rastreado via satélite por cientistas da Universidade de Oxford quando foi abatido, após ser atraído com uma presa para fora do parque natural onde sua caça teria sido ilegal.
A morte de Cecil, que deixou seis filhotes, causou consternação internacional e levou o governo zimbabuano a solicitar a extradição de Palmer, que vive em Minnesota (Estados Unidos), para ser julgado por caça ilegal, já que o leão foi atraído para fora do parque nacional de Hwange.
Palmer se desculpou em julho pela caça de Cecil, mas responsabilizou o caçador zimbabuano que organizou a caçada, Theo Bronkhorst.
Bronkhorst comparecerá perante o tribunal na próxima quinta-feira em Hwange, com a esperança que seu caso seja arquivado após a declaração da ministra hoje, informou à Efe sua advogada, Perpetua Dube.
"Poderia ter um impacto também em nosso caso. Se a caça de Palmer não foi ilegal, então deve entender-se que Bronkhorst não pode ter organizado uma caça ilegal", especificou Dube.