Viktor Yanukovich: o presidente da Ucrânia, prometeu à secretária americana a pronta libertação dos detidos nos protestos antigovernamentais que explodiram em 21 de novembro (Stan Honda/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 15h53.
Kiev - O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovych, expressou nesta quinta-feira seu compromisso com a reforma constitucional, uma das principais demandas da oposição, ao se reunir com a secretária de Estado adjunta dos Estados Unidos para Assuntos Europeus, Victoria Nuland.
"O presidente expressou que é partidário de uma pronta reforma constitucional na qual sejam respeitados todos os procedimentos de elaboração de uma nova Carta Magna", informou o escritório de imprensa da presidência ucraniana.
Yanukovytch, que transformou à Ucrânia em uma república presidencialista ao reformar a Constituição em 2010, assegurou a Victoria que "só através do diálogo e dos compromissos será possível tirar o país da crise política".
As autoridades ucranianas não se opõem à reforma constitucional, embora rejeitem que as mudanças sejam introduzidas pela "via rápida", pulando o regulamento estipulado pela própria Carta Magna, como pretende a oposição.
Além disso, Yanukovytch prometeu à secretária americana a pronta libertação dos detidos nos protestos antigovernamentais que explodiram em 21 de novembro.
Previamente, Victoria tinha se reunido em Kiev com os líderes dos três partidos opositores com representação parlamentar.
Os deputados do partido governante e da oposição acertaram hoje no Parlamento pactuar um projeto de reforma constitucional, limitando os poderes presidenciais e repartindo o poder executivo entre o chefe de Estado, o primeiro-ministro e a Rada Suprema (Parlamento).
Os três partidos da oposição parlamentar entregaram o projeto de reforma com a intenção de submetê-lo a votação na próxima terça-feira, 11 de fevereiro.
Em caso de desacordo, a oposição demandou a convocação de eleições presidenciais antecipadas, ao que se mostra reticente Yanukovytch, que deve buscar a reeleição em 2015.
O Parlamento Europeu aprovou também hoje uma resolução que sugere que a Ucrânia retorne à Constituição de 2004, como uma possível via para resolver a atual crise do país.
Por sua vez, a presidência ucraniana pediu hoje às organizações internacionais ajuda na investigação imparcial das atuações das forças de segurança e dos manifestantes durante os protestos antigovernamentais, nos quais morreram quatro civis.