Xi garante a Putin o apoio da China em segurança e soberania
A transcrição da conversa não dá exemplos específicos, como Ucrânia ou Taiwan
AFP
Publicado em 15 de junho de 2022 às 13h44.
O presidente chinês Xi Jinping garantiu nesta quarta-feira (15) ao russo Vladimir Putin o apoio de Pequim em questões de "soberania" e "segurança" durante uma conversa por telefone.
"A China está disposta a continuar o apoio mútuo com a Rússia em questões de soberania, segurança e outras questões de interesse fundamental e preocupações importantes", disse Xi, segundo um comunicado da agência oficial de notícias Xinhua.
A transcrição da conversa não dá exemplos específicos, como Ucrânia ou Taiwan.
Por sua vez, o Kremlin disse que os dois líderes concordaram em "expandir a cooperação nos campos de energia, financeiro, industrial, transporte e outros, levando em conta a situação econômica global que foi prejudicada por sanções ocidentais ilegítimas".
Os países ocidentais adotaram sanções sem precedentes contra a Rússia em represália por sua ofensiva contra a Ucrânia e Moscou considera que europeus e americanos provocaram uma desaceleração econômica global.
Moscou também está buscando novos pontos de venda e fornecedores para substituir os que abandonaram o país após a ofensiva russa.
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Os líderes russo e chinês também discutiram o "desenvolvimento das relações militares e técnico-militares", indicou a Presidência russa, que descreveu a conversa como "calorosa e amistosa".
Xi e Putin também enfatizaram sua intenção de "construir um sistema de relações internacionais verdadeiramente multipolar e justo".
Diante da resistência ucraniana e da unidade das democracias ocidentais, que impuseram sanções sem precedentes, a Rússia pode contar apenas com o poder chinês para escapar do isolamento econômico total.
Em várias ocasiões, as potências ocidentais alertaram Pequim contra qualquer apoio ao governo do presidente russo que permita Moscou amenizar o impacto das sanções.
"Velho amigo"
A última ligação conhecida entre os dois líderes aconteceu em fevereiro, um dia depois da invasão russa da Ucrânia.
Desde a intervenção de 24 de fevereiro, a China se recusa a usar a palavra "invasão" para descrever a operação militar lançada por Moscou na Ucrânia e culpa os Estados Unidos e a Otan.
As autoridades chinesas, próximas ao Kremlin com o qual querem formar uma frente comum contra os Estados Unidos, também se abstiveram de condenar a invasão russa.
"Apesar das convulsões globais, as relações China-Rússia mantiveram uma boa dinâmica de desenvolvimento", disse Xi nesta quarta-feira, pedindo "coordenação estratégica mais estreita" entre Pequim e Moscou.
O presidente chinês também esboçou sua visão para acabar com a guerra na Ucrânia. "Cada lado deve promover uma solução apropriada" e "de maneira responsável", disse Xi, assegurando que a China está pronta para desempenhar um papel no processo.
Desde o início da guerra na Ucrânia, nenhuma ligação foi divulgada entre Pequim e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
O presidente chinês nunca escondeu sua proximidade com Vladimir Putin, a quem considera um "velho amigo". Desde que Xi chegou ao poder em 2012, os dois se encontraram mais de 30 vezes, mais recentemente em fevereiro, que foi o primeiro cara a cara desde o início da pandemia em 2020.
(AFP)
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