Xangai se esforça para continuar a ter o maior metrô do mundo
Todos os dias, sob os pés dos mais de 30 milhões de habitantes da cidade chinesa, milhares de operários trabalham para interligar novas estações
EFE
Publicado em 21 de julho de 2017 às 14h48.
Xangai - Ocultos em meio ao caos e ao barulho de uma das maiores e mais povoadas cidades do planeta, milhares de operários escavam o subsolo de Xangai fazendo crescer em suas raízes um sistema de transporte que concorre todo ano para continuar sendo o maior metrô do mundo.
Todos os dias, sob os pés dos mais de 30 milhões de pessoas que habitam a considerada capital financeira da China , eles trabalham de sol a sol para ligar algumas estações com novas através de um túnel de 6,76 metros de diâmetro.
Engenheiro daquela que será a futura linha 14, Ying Boxuan afirmou à Agência Efe que primeiro são construídas as estações, e depois começa o processo de ligá-las, com um avanço de cerca de dez metros por dia.
Assim, na futura estação de Jin Yue Road, no leste da cidade, os enormes pátios internos já estão construídos, e algumas escadas chegam até as plataformas da estação onde está o túnel.
Graças a enormes guindastes, os operários colocam placas de concreto com as quais selam os buracos feito pela máquina perfuradora e, em seguida, instalam os trilhos.
Em janeiro de 1993 foi inaugurada a primeira linha de metrô em Xangai. No final de 2016, estavam prontos 617 quilômetros formados por 367 estações e 15 linhas, incluindo a usada para o trem de alta velocidade de levitação magnética que vai até o Aeroporto Internacional de Pudong.
Segundo dados divulgados pelo presidente da companhia operadora do metrô de Xangai, Shao Weizhong, atualmente há projetos de construção para somar 216 quilômetros à rede.
Até o final de 2017, três novas linhas de metrô que somam 55 quilômetros serão completadas, e até 2020 o número de quilômetros totais com sistema funcionando passará de 830.
Com as novas linhas, contou Shao, busca-se corrigir os defeitos das já existentes e facilitar a baldeação entre estações.
A superexploração nas horas de 'rush' afeta consideravelmente o metrô da cidade, que lota no começo da manhã e no meio da tarde.
Os quilômetros da rede não são um sinal suficiente da magnitude deste sistema. Em 2016, o número médio de usuários que usaram o metrô foi de 9,28 milhões de pessoas (ou vezes por dia), ainda que durante os dias de trabalho tenha chegado a 10,65 milhões.
E é muito provável que esta cifra fique para trás este ano, já que, nos seis primeiros meses de 2017, subiu para 9,54 milhões de pessoas ou vezes ao dia. O recorde foi batido no dia 28 de abril, com 11,87 milhões de pessoas.
A estação Praça do Povo é a mais usada e por ela passam cerca de 700 mil pessoas por dia.
O sistema de Xangai é o maior em extensão do mundo e o segundo maior em termos de uso, assegurou Shao, explicando que o objetivo no futuro é construir um sistema de metrô que seja "seguro, humano, verde, científico e inteligente".
O funcionário deu dados sobre o custo da construção e explicou que nos subúrbios o custo fica entre 500 e 700 milhões de iuanes por quilômetro (entre US$ 73,75 milhões a US$ 103,2 milhões), enquanto que na cidade os custos se elevam para entre 1 bilhão e 1,3 bilhão de iuanes por quilômetro (entre US$ 147,5 milhões a US$ 191,76 milhões).
Do dinheiro destinado a investimentos, de acordo com ele, 45% provém do governo municipal de Xangai, e 55% é investido pelos bancos. Depois, para cada 100 iuanes que entram em passagens, outros 20 se somam com anúncios, lojas e empresas de telecomunicação que prestam serviços ao metrô.
Mas a corrida do metrô de Xangai não é somente para superar a si mesmo, como também para continuar a ser o maior do mundo por quilômetros de vias, uma luta que estabelece com a capital Pequim, que também tem 20 projetos de crescimento para um total de mais de 350 quilômetros.
Segundo funcionários do governo local, 2017 é o maior ano de construção na história do metrô de Pequim, que atualmente tem 574 quilômetros em funcionamento e atende a uma média de 11 milhões de passageiros por dia.
Quando os projetos em curso terminarem, o comprimento total chegará aos 999 quilômetros, e o serviço da capital atenderá a 18,5 milhões de passageiros por dia.