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WikiLeaks: promotor espanhol vincula Kremlin à máfia russa

Preocupação com o suposto envolvimento se daria pelo controle do órgão sobre setores econômicos estratégicos

Documentos revelam receio de envolvimento de Erdogan, premiê turco, com a máfia russa (Oli Scarff/Getty Images)

Documentos revelam receio de envolvimento de Erdogan, premiê turco, com a máfia russa (Oli Scarff/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2010 às 08h31.

Madri - Um promotor anticorrupção na Espanha considerou em 2008 em reunião com analistas americanos a existência de vínculos entre o Kremlin e a máfia russa, e chegou a opinar que Belarus, Chechênia e Rússia são "virtuais Estados mafiosos".

A afirmação consta em um dos documentos da embaixada americana na Espanha vazado pelo WikiLeaks ao jornal espanhol "El País", no qual consideram "perspicazes e valiosos" os comentários do promotor sobre o fenômeno das máfias russas.

Jose Grinda, um dos promotores anticorrupção, ressaltou os dois motivos principais de preocupação pela atuação destes grupos: seu "tremendo controle" sobre setores econômicos estratégicos e o maior ou menor grau de envolvimento do primeiro-ministro russo nessa máfia.

O promotor dá credibilidade à teoria do espião Alexander Litvinenko - que morreu envenenado em Londres em 2006 -, segundo o qual os serviços secretos russos controlam os grupos criminosos.

Além disso, Jose Grinda chegou a dizer aos analistas americanos que conforme informações recebidas pelos serviços de inteligência existem vínculos comprovados entre partidos políticos russos e o tráfico de armas e que certas forças políticas desse país trabalham lado a lado com o crime organizado.

O promotor aponta que o Governo russo utiliza os grupos mafiosos para operações que não seria aceitável serem feitas pelo Executivo, como vender armas aos curdos para desestabilizar à Turquia.

O georgiano Zahkar Kalashov, cuja extradição à Rússia depende de uma Audiência Nacional, aparece como figura chave nas tramas.

Grinda aborda os esforços dos grupos para subornar a Justiça espanhola após as duas grandes operações contra as máfias russas, conhecidas como operação Troika e operação Vespa.

Os funcionários americanos recebem as queixas do promotor espanhol pela pouca colaboração das autoridades russas no combate contra estes grupos mafiosos, assim como pela falta de entusiasmo por parte do Reino Unido, enquanto aponta que a Espanha e França começam a colaborar sobre esses temas.

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