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Vulcões islandeses tornam-se local de peregrinação

Segundo um administrador de camping local, pessoas querem ver o que os fez perder o avião

Turistas em excursão no vulcão Eyjafjöll: Islândia tem pelo menos 130 crateras (Halldor Kolbeins/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2011 às 18h40.

Eyjafjallajökull, Islândia - Os vulcões islandeses, que deixaram, recentemente, milhares de aviões em terra, vêm surpreendendo pela atração exercida sobre milhares de turistas, ansiosos para admirá-los.

"As pessoas estão verdadeiramente interessadas. Querem estar perto da cratera do vulcão que as fez perder o avião", brinca Arsaell Hauksson, 30 anos, administrador de um camping aos pés do Eyjafjöll, odiado, durante um tempo, por milhões de viajantes no mundo.

Escalar as encostas de um vulcão - a grande ilha do Atlântico norte conta com pelo menos 130 - sempre despertou uma febre turística na Islândia, mas a erupção do Eyjafjöll (situado na geleira de nome impronunciável Eyjafjallajökull), no ano passado, desencadeou uma campanha sem precedentes.

"A gente sempre conhece alguém que teve o voo bloqueado, a erupção será asssunto durante muitos anos", destaca Hauksson.

Os negócios estão progredindo no camping este ano, muito mais que no ano passado, com a erupção.

"Tive várias reservas, antes ... mas ninguém pôde vir por causa das cinzas", lembra-se Unnar Gardarsson, diretor de Oebyggdaferdir ("Safari das geleiras"), que propõe há cinco anos visitas aos relevos desolados da Islândia.

Mas para ele também, a sorte mudou após um ano difícil. "A erupção ajudou verdadeiramente a pôr a Islândia no mapa. E isso foi muito bom para o meu negócio. O Eyjafjallajökull sempre foi magnífico, agora tornou-se célebre", comenta.

Unnar propõe desde maio uma escalada na geleira ainda fumegante de 1660 metros. Muitos turistas já tentaram a experiência, e ele fatura 39.000 coroas (250 euros) por pessoa.

Após a ascensão, através de musgos amarelo-esverdeados, dos riachos de água quente e da rocha vulcânica negra, o pequeno grupo chega à região de neve, recoberta de cinzas, o que dá o aspecto de um gigantesco desenho a carvão.

"É incrível", exclama Nancy King, que trabalha com publicidade em Nova York.


Atrás dela aparece a cratera negra cuspindo vapor d'água e o leito do rio criado de repente pelo derretimento do gelo durante a erupção no Eyjafjallajökull.

"Nunca vi nada tão intenso e grandioso. Em Nova York, passo a maior parte de meu tempo diante do computador", explica a turista americana, de capacete e vestida com uma roupa especial, impermeável, para resistir ao frio glacial.

Os arranha-céus nova-iorquinos são substituídos por uma paisagem majestosa de cimos e longos rios, com o Oceano Atlântico ao fundo para completar o último plano.

Durante os seis primeiros meses de 2011, 206.000 turistas visitaram a Islândia, um aumento de cerca de 20%, em relação a 2010.

E os vulcanólogos amadores representam uma "grande parte" entre eles, considera o diretor da Associação islandesa para a indústria do turismo, Arni Gunnarsson.

Enquanto alguns esfregam as mãos, outros sentem um suor frio, à ideia de uma nova erupção repentina.

"Na realidade, os vulcões são fascinantes e as pessoas querem vê-los de perto. Mas não é nada bom ter muita gente num local de risco", destaca Magnus Tumi Gudmunsson, um geólogo da Universidade da Islândia.

Não houve nenhuma vítima por ocasião da erupção do Eyjafjöll e a do Grimsvötn, em maio. O vulcão Hekla, que está prestes a despertar, segundo os vulcanólogos, é considerado "um exemplo típico de turismo perigoso", explica Gudmunsson.

"Ele dá poucos sinais por enquanto. Mas representa um verdadeiro risco passear por lá neste momento", adverte.

Mas para Unnar Gardarsson, que tem uma propriedade aos pés do Hekla e que propõe aos visitantes escalá-lo, não há do quê se preocupar.

"Não trago má sorte", diz ele. Mas, antes de qualquer ascensão, vigia a medições de atividade vulcânica na internet.

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Eyjafjallajökull, Islândia - Os vulcões islandeses, que deixaram, recentemente, milhares de aviões em terra, vêm surpreendendo pela atração exercida sobre milhares de turistas, ansiosos para admirá-los.

"As pessoas estão verdadeiramente interessadas. Querem estar perto da cratera do vulcão que as fez perder o avião", brinca Arsaell Hauksson, 30 anos, administrador de um camping aos pés do Eyjafjöll, odiado, durante um tempo, por milhões de viajantes no mundo.

Escalar as encostas de um vulcão - a grande ilha do Atlântico norte conta com pelo menos 130 - sempre despertou uma febre turística na Islândia, mas a erupção do Eyjafjöll (situado na geleira de nome impronunciável Eyjafjallajökull), no ano passado, desencadeou uma campanha sem precedentes.

"A gente sempre conhece alguém que teve o voo bloqueado, a erupção será asssunto durante muitos anos", destaca Hauksson.

Os negócios estão progredindo no camping este ano, muito mais que no ano passado, com a erupção.

"Tive várias reservas, antes ... mas ninguém pôde vir por causa das cinzas", lembra-se Unnar Gardarsson, diretor de Oebyggdaferdir ("Safari das geleiras"), que propõe há cinco anos visitas aos relevos desolados da Islândia.

Mas para ele também, a sorte mudou após um ano difícil. "A erupção ajudou verdadeiramente a pôr a Islândia no mapa. E isso foi muito bom para o meu negócio. O Eyjafjallajökull sempre foi magnífico, agora tornou-se célebre", comenta.

Unnar propõe desde maio uma escalada na geleira ainda fumegante de 1660 metros. Muitos turistas já tentaram a experiência, e ele fatura 39.000 coroas (250 euros) por pessoa.

Após a ascensão, através de musgos amarelo-esverdeados, dos riachos de água quente e da rocha vulcânica negra, o pequeno grupo chega à região de neve, recoberta de cinzas, o que dá o aspecto de um gigantesco desenho a carvão.

"É incrível", exclama Nancy King, que trabalha com publicidade em Nova York.


Atrás dela aparece a cratera negra cuspindo vapor d'água e o leito do rio criado de repente pelo derretimento do gelo durante a erupção no Eyjafjallajökull.

"Nunca vi nada tão intenso e grandioso. Em Nova York, passo a maior parte de meu tempo diante do computador", explica a turista americana, de capacete e vestida com uma roupa especial, impermeável, para resistir ao frio glacial.

Os arranha-céus nova-iorquinos são substituídos por uma paisagem majestosa de cimos e longos rios, com o Oceano Atlântico ao fundo para completar o último plano.

Durante os seis primeiros meses de 2011, 206.000 turistas visitaram a Islândia, um aumento de cerca de 20%, em relação a 2010.

E os vulcanólogos amadores representam uma "grande parte" entre eles, considera o diretor da Associação islandesa para a indústria do turismo, Arni Gunnarsson.

Enquanto alguns esfregam as mãos, outros sentem um suor frio, à ideia de uma nova erupção repentina.

"Na realidade, os vulcões são fascinantes e as pessoas querem vê-los de perto. Mas não é nada bom ter muita gente num local de risco", destaca Magnus Tumi Gudmunsson, um geólogo da Universidade da Islândia.

Não houve nenhuma vítima por ocasião da erupção do Eyjafjöll e a do Grimsvötn, em maio. O vulcão Hekla, que está prestes a despertar, segundo os vulcanólogos, é considerado "um exemplo típico de turismo perigoso", explica Gudmunsson.

"Ele dá poucos sinais por enquanto. Mas representa um verdadeiro risco passear por lá neste momento", adverte.

Mas para Unnar Gardarsson, que tem uma propriedade aos pés do Hekla e que propõe aos visitantes escalá-lo, não há do quê se preocupar.

"Não trago má sorte", diz ele. Mas, antes de qualquer ascensão, vigia a medições de atividade vulcânica na internet.

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