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Voto eletrônico estimula participação na Suíça

País é um dos poucos a usar também o sistema de voto pela internet, visto como uma forma de aliviar cansaço eleitoral e atrair o interesse dos jovens


	Bandeira da Suíça: governo suíço começou há uma década projeto de digitalização eleitoral, tornando-se um dos poucos países a oferecer uma forma de voto alternativa à urna ou ao correio
 (Getty Images/Getty Images)

Bandeira da Suíça: governo suíço começou há uma década projeto de digitalização eleitoral, tornando-se um dos poucos países a oferecer uma forma de voto alternativa à urna ou ao correio (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de junho de 2013 às 10h53.

Berna - Na Suíça, onde os cidadãos são convocados às urnas cerca de seis vezes por ano, o voto pela internet - disponível por enquanto para 10% dos eleitores - é visto como um modo de aliviar o "cansaço" eleitoral e de tornar interessante aos jovens o exercício deste direito.

Com tais esperanças, o governo suíço começou há mais de uma década um projeto pioneiro de digitalização dos direitos políticos, tornando-se um dos poucos países do mundo - junto com Estônia e Holanda - que oferecem uma via eleitoral alternativa à urna ou ao correio.

Os suíços não só podem participar a cada ano em eleições federais e locais, como estão entre os eleitorados que participam no maior número de referendos convocados por iniciativas populares.

Entre 1789 e 2012 foram realizados na Suíça 577 referendos, enquanto no resto da Europa foram efetuados 397; na América, 172; na África, 156; na Ásia, 106; e na região do Oriente Médio, 101.

As primeiras experiências com o voto pela internet foram feitas há dez anos nos cantões de Zurique, Genebra e Neuchâtel e agora 13 cantões oferecem a 30% de seus eleitores esta possibilidade nas eleições federais.

Com o sistema pela internet pretende-se incentivar os cidadãos a não faltar às eleições, especialmente os "jovens nativos tecnológicos", embora votar desta forma também não seja tão simples como fazer um "clique" com o mouse de um computador.

O primeiro requisito para votar pela internet é que o cidadão tenha se registrado previamente em um site oficial.

"Não podemos facilitar excessivamente o ato de votar. Os cidadãos devem ter consciência da responsabilidade que isto implica", comentou a chefe da seção de Direitos Políticos da Chancelaria Federal da Suíça, Barbara Perriard, em um encontro com jornalistas estrangeiros.

Além de lutar contra os baixos números de participação (pouco mais de 50%), esta modalidade de votação tem múltiplas vantagens, como facilitar a votação dos suíços residentes no exterior ou dos cegos.


Também torna possível que o eleitor "acompanhe" o processo de votação para evitar erros, permitindo a rápida elaboração de estatísticas e eliminando a possibilidade do voto nulo.

Os cidadãos suíços que vivem no exterior serão os primeiros a votar via internet em 2015. Desta forma, oferecer esta possibilidade aos cidadãos suíços no exterior permite resolver problemas do atual sistema de votação suíço como atrasos do serviço de correios.

Sobre o voto nulo, Perriard explicou que na Suíça se parte do princípio que não é proposital, mas consequência de um erro do eleitor. Para todos aqueles que queiram emitir um voto de protesto, a opção do voto em branco estará disponível na internet.

De maneira geral, a participação através da internet está limitada atualmente a 10% da população a nível nacional e a 30% dos cidadãos nos 13 cantões que desde o ano de 2011 fazem parte do projeto do voto eletrônico.

Embora o processo para sua implementação seja relativamente rápido, os cantões do interior da Suíça terão que aguardar pelo menos até 2017 para serem incorporados ao sistema.

O tempo que o voto pela internet vai demorar a ser implantado em toda Suíça tem a ver com a necessidade de garantir plenamente a segurança, um aspecto que é praticamente o único "porém" deste vantajoso sistema.

"Estamos trabalhando com os especialistas para garantir a máxima segurança nas eleições através da internet, mas nunca se pode dar 100% de garantia", reconheceu Perriard.

As lacunas de segurança que nem a ciência nem a tecnologia podem cobrir terão que ser supridas com a confiança mútua entre as autoridades e os cidadãos.

Os políticos terão que confiar na boa vontade dos cidadãos e os cidadãos confiar que as autoridades organizam as votações de forma intocável.

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