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Vitória de Johnson mostra que britânicos cansaram da novela Brexit

Para além da tradicional divisão partidária, o britânico médio não aguenta mais o impasse do Brexit, que se alonga desde 2016

Boris Johnson: 86 cadeiras de vantagem sobre os trabalhistas (Toby Melville/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 07h01.

Última atualização em 13 de dezembro de 2019 às 07h33.

São Paulo — O Reino Unido começou nublado sexta-feira com um renovado otimismo de que, desta vez, o Brexit será de fato concluído. Este foi o principal slogan de campanha do primeiro-ministro Boris Johnson, que ontem conquistou uma retumbante vitória em eleições parlamentares agendadas justamente para incrementar sua maioria parlamentar e deixar a União Europeia de uma vez. Poderia ter dado errado, mas deu muito certo.

Seu partido, o conservador, elegeu 86 parlamentares a mais que a soma de todos os demais partidos, conquistando 360 dos 650 assentos no Parlamento. Os trabalhistas, liderados por Jeremy Corbyn, fizeram uma das campanhas mais à esquerda das últimas décadas, com a promessa de aumentos de gastos estatais em diversas áreas, e foram trucidados: levaram 191 cadeiras, ante 262 das eleições de 2017. Corbyn deve ter sua liderança questionada internamente com o fracasso, o maior do partido no período pós-guerra.

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A vitória de Johnson mostra que, para além da tradicional divisão partidária, o britânico médio não aguenta mais o impasse do Brexit, que se alonga desde 2016. Johnson também conseguiu aglutinar os mais ferrenhos defensores do desembarque, a ponto de o Partido do Brexit, de Nigel Farage, não apresentar candidatos.

Johnson assumiu o país em julho, conquistando a liderança de seu partido após a renúncia da ex-primeira ministra Theresa May, que falhou em negociar um acordo de desembarque com a União Europeia . Johnson adiou a data de saída de outubro para 31 de janeiro de 2020, afirmando que saíra do bloco europeu de qualquer jeito.

Mas ele segue afirmando que conseguirá um amplo acordo comercial com a Europa. Nas próximas semanas, dois temas paralelos também devem dominar o noticiário local: o futuro da Escócia (que se opôs ao Brexit desde o princípio), e o da Irlanda do Norte (único ponto de fronteira seca com a Europa, na divisa com sua vizinha Irlanda).

Às sete horas desta sexta-feira Johnson fez um discurso direcionado aos britânicos que moram em regiões tradicionalmente trabalhistas, mas que votaram nos conservadores para encerrar de vez o impasse do Brexit: “eu não vou decepcioná-los”. Ele tem, agora, pouco mais de seis semanas para isso.

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