Médicos carregam corpo de vítima do Ebola em Serra Leoa: epidemia já deixou 887 mortos (Umaru Fofana/Reuters)
Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2014 às 13h11.
Genebra - O surto de ebola na África Ocidental já infectou 1.603 pessoas, das quais 887 morreram, segundo a última apuração realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
De 31 julho a 4 de agosto, nos três países afetados pela epidemia (Guiné, Libéria e Serra Leoa), houve um total de 163 novos casos e 61 mortes.
Por países, Guiné contabilizou 13 novos casos e 12 mortos, o que eleva o número de contágios a 485 e a 358 os falecimentos. Já a Libéria informou de 77 novos casos e 28 mortes, fazendo o número de contágios subir para 468 e o de mortes para 255.
Serra Leoa contabilizou 72 casos e 21 mortes, o que sobe o número total de pessoas contaminadas para 646 e de falecidos para 273, enquanto a Nigéria registrou um segundo caso de contágio confirmado e se suspeita que haja outros três infectados.
Os porta-vozes da OMS reiteram sua preocupação perante as crenças errôneas sobre a doença e o fato de que a população não abre mão de costumes ancestrais como lavar e abraçar os cadáveres antes de enterrá-los, o que os expõe ao contágio com o vírus.
A doença, que é transmitida por contato direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados, causa hemorragias graves e pode ter uma taxa de mortalidade de 90%.
A OMS ativou a Rede Global de Alerta e Resposta (GOARN, na sigla em inglês) - formada por agências internacionais, governos, universidades e outras entidades - e solicitou especialistas em diversas áreas que possam viajar aos países afetados para tentar conter o surto.
A diretora geral da OMS, Margaret Chan, e os presidentes dos países afetados pela epidemia de ebola na África Ocidental apresentaram na semana passada um plano de resposta dotado com US$ 100 milhões, com o qual pretendem combater a doença.
O plano "identifica" a necessidade de ativar "centenas" de pessoas para ajudar nos trabalhos de prevenção e controle, além das centenas de trabalhadores humanitários e dos 120 funcionários da OMS que estão atuando no terreno.
Além disso, a iniciativa especifica que é necessário que os países vizinhos estejam prontos para a eventualidade de um contágio. O objetivo final é parar o contágio e prevenir a transmissão em novos países.
Esta é a primeira vez que se identifica e se confirma uma epidemia de ebola na África Ocidental - uma vez que até agora sempre tinham acontecido na África Central - e essa já se transformou na mais letal da história da doença.