Protesto contra a morte do jornalista Jamal Khashoggi: a violência contra a imprensa em alta (Osman Orsal/Reuters)
Reuters
Publicado em 18 de dezembro de 2018 às 18h57.
Paris - O assassinato do colunista saudita Jamal Khashoggi em um ano no qual mais da metade de todos os jornalistas mortos foram atingidos deliberadamente reflete o ódio pela mídia em muitas áreas da sociedade, alertou a entidade Repórteres Sem Fronteiras (RSF) nesta terça-feira.
Ao menos 63 jornalistas profissionais de todo o mundo foram assassinados no exercício da função em 2018, disse a RSF, um aumento de 15 por cento em relação ao ano passado. O número de fatalidades sobre para 80 quando se inclui todos os profissionais de mídia e os cidadãos jornalistas.
"O ódio pelos jornalistas expressado... por políticos inescrupulosos, líderes religiosos e empresários tem consequências locais trágicas e se refletiu neste aumento perturbador de violações contra jornalistas", disse o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, em um comunicado.
Khashoggi, íntimo dos círculos do poder que se tornou crítico do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e passou a escrever para o jornal Washington Post depois de se mudar para os EUA no ano passado, foi morto dentro do consulado saudita em Istambul no início de outubro.
Sua morte provocou revolta mundial. Autoridades sauditas rejeitaram as acusações de que o príncipe herdeiro ordenou seu assassinato.
Sediada em Paris, a RSF disse que os três países mais perigosos para os jornalistas trabalharem são Afeganistão, Síria e México.
Os Estados Unidos também entraram na lista de países mais perigosos após o massacre de cinco funcionários do jornal Capital Gazette.
A organização de defesa da liberdade de imprensa disse que 348 jornalistas de todo o globo estão detidos - nesta época de 2017 eram 326 -, mais da metade deles na China, Turquia, Irã, Arábia Saudita e Egito.