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Violência causa mais vítimas na Síria; UE apoia oposição

Apesar dos pedidos da diplomacia europeia, repressão do governo causou 34 mortes em dois dias

Mais de 2.900 pessoas morreram desde o início da repressão na Síria, informou na quinta-feira a ONU (AFP)

Mais de 2.900 pessoas morreram desde o início da repressão na Síria, informou na quinta-feira a ONU (AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2011 às 19h54.

Damasco - A espiral de violência permanecia nesta segunda-feira na Síria com a morte de três pessoas, e 31 no domingo, enquanto a UE elogiava a criação de um bloco opositor e pedia novamente a renúncia do presidente Bashar al-Assad após sete meses de repressão contra uma revolta popular.

A UE, que se dispõe a reforçar as sanções contra o regime, "saúda os esforços da população síria para estabelecer uma plataforma unida e chama a comunidade internacional a fazer o mesmo".

A criação do Conselho Nacional Sírio (CNS), que reúne a maioria das correntes de oposição, constitui aos olhos da UE "um passo positivo", segundo um projeto que será aprovado pelos ministros das Relações Exteriores.

Os europeus elogiam a determinação do CNS em defender a violência e os "valores democráticos", e reiteram a necessidade de que o presidente deixe o poder para "permitir a transição".

Entretanto, os membros do CNS buscam o apoio dos países árabes e contatos no nível internacional.

Em torno de 90 representantes de vários grupos opositores, incluindo os membros do CNS e seu responsável provisório, Burhan Ghaliun, se reuniram na Suécia durante o fim de semana.

Pediram de forma unânime o envio de observadores internacionais à Síria, mas em geral se opuseram a uma intervenção militar estrangeira, declarou nesta segunda-feira o centro Olof Palme, organizador do encontro.

Criado oficialmente em 2 de outubro em Istambul, o CNS reúne pela primeira vez todas as correntes políticas e integra em suas filas os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que organizam as manifestações, os liberais, a Irmandade Muçulmana, clandestina na Síria, assim como os partidos curdos e assírios.

Opositores sírios, como o escritor Michel Kilo, se reunirão na terça-feira em Paris.


Em Moscou, o representante do Kremlin para a crise no mundo árabe, Mikhail Marguelov, recebeu nesta segunda-feira uma delegação liderada por um chefe do partido comunista, Qadri Jamil, acusada por alguns opositores de apoiar o regime de Al-Assad.

"Estamos dispostos a organizar uma mesa redonda para que os representantes da oposição e do poder possam chegar a um acordo, em Moscou em outro lugar", declarou Marguelov.

A Rússia, aliada de Damasco, diz estar disposta a propor ao Conselho de Segurança da ONU, junto com a China, um projeto de resolução "mais equilibrado" que o da semana passada, vetado por estes dois países.

Na Síria, um civil morreu em Homs (centro) durante o bombardeio do bairro de Bab Sebaa, e homens desconhecidos mataram um membro do partido Baas (no poder) na região de Idleb (noroeste). Além disso, um homem de 35 anos perdeu a vida quando tentava cruzar a fronteira com a Turquia, anunciou nesta segunda-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

A mesma fonte deu conta de 31 vítimas no domingo (14 civis e 17 soldados e membros das forças de segurança).

"No domingo, houve um clima de guerra em Homs (centro), onde foram ouvidas explosões em todo lugar em meio a disparos de metralhadoras pesadas. Muitas casas ficaram destruídas. Nove pessoas foram mortas e há dezenas de feridos", afirmaram os LCC.

Mais de 2.900 pessoas morreram na Síria desde o início do movimento de contestação em meados de março, segundo a ONU.

Por outro lado, o grande mufti da Síria, Ahmad Badredin Hasun, principal autoridade religiosa, ameaçou Europa, Estados Unidos e Israel com atentados suicidas caso ataquem seu país.

"Quando o primeiro obus for disparado, os filhos da Síria e do Líbano se tornarão combatentes que cometerão atentados suicidas", declarou o mufti em um discurso divulgado no YouTube.

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