Amado Boudou: processo tem a ver com supostas irregularidades em licitações (Jose Cabezas/AFP)
Da Redação
Publicado em 14 de agosto de 2014 às 19h25.
Buenos Aires - O vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, indiciado por corrupção e por falsidade em documentação, foi denunciado nesta quinta-feira por fraude no lançamento de um Plano Federal de Casas.
Os litigantes acusam Boudou de "violação dos deveres de funcionário público" e de "protagonismo no manejo ignóbil de dinheiro federal".
O processo tem a ver com supostas irregularidades na licitação para a construção de 484 casas e duas escolas no município de La Costa, na província de Buenos Aires, quando Boudou era secretário de Fazenda e Finanças, em 2005.
"Nenhuma casa foi integralmente concluída" e outras estão "sem paredes, sem gás, sem eletricidade nem água", detalha a denúncia à qual teve acesso a Agência Efe.
Os litigantes acrescentam que "no ano 2007 tinham abonado à empresa construtora mais de dois terços do total" orçado, apesar de "mais da metade das casas estarem sem terminar".
O processo envolve também o ministro do Planejamento Federal, Julio de Vido, como "executor e controlador do Plano Federal de Casas", e o prefeito de La Costa naquele momento, Juan de Jesús, assim como o atual, seu filho Juan Pablo Jesús.
Estes dois últimos, segundo o texto, teriam "permitido a assinatura de acordos dolosamente lesivos para o patrimônio comunal".
A causa, impulsionada pelo vereador Marcos García, ficou a cargo do juiz Ariel Lijo, que indiciou Boudou no dia 27 de junho por um suposto suborno passivo e negociações incompatíveis com seu cargo na suposta compra irregular da impressora de papel-moeda Ciccone Calcográfica.
Além disso, o magistrado Claudio Bonadio lhe processou em uma causa por suposta falsificação da documentação de um automóvel de sua propriedade, embora Boudou já tenha apelado.