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Vereadora italiana diz que ministra deveria ser estuprada

Vereadora de Pádua causou indignação nacional ao dizer no Facebook que Cecile Kyenge, primeira pessoa negra a ser ministra a Itália, deveria ser estuprada


	"Por que ninguém a estupra, assim ela entende como se sente a vítima desse crime atroz?", disse a vereadora Dolores Valandro sobre a ministra Cecile Kyenge (foto)
 (REUTERS/Tony Gentile)

"Por que ninguém a estupra, assim ela entende como se sente a vítima desse crime atroz?", disse a vereadora Dolores Valandro sobre a ministra Cecile Kyenge (foto) (REUTERS/Tony Gentile)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 18h31.

Roma - Uma vereadora da cidade italiana de Pádua, no norte do país, causou indignação nacional nesta quinta-feira ao dizer no Facebook que Cecile Kyenge, primeira pessoa negra a ser ministra na Itália, deveria ser estuprada.

Dolores Valandro, do partido direitista Liga Norte, estava se referindo a um texto de um site italiano chamado "Todos os crimes dos imigrantes", contando uma suposta tentativa de estupro de duas mulheres por um africano.

"Por que ninguém a estupra, assim ela entende como se sente a vítima desse crime atroz?", escreveu em maiúsculas a política sobre uma foto de Kyenge, ministra da Integração, que nasceu na República Democrática do Congo.

A frase rapidamente circulou nas redes sociais e foi parar nos sites de notícias. Pelo Twitter, Kyenge, de 48 anos de idade, dos quais 30 na Itália, disse que "esse tipo de linguajar vai além da minha compreensão, porque incita à violência e tenta incitar à violência pelo público geral".

Mais tarde, a ministra acrescentou que a agressão verbal foi "um insulto a todos os italianos".

Políticos de várias tendências recriminaram as declarações de Valandro, e um dirigente regional da Liga Norte disse que ela será expulsa do partido por seu comentário "inenarrável".

A vereadora mais tarde se desculpou em entrevista a uma rádio e negou que a Liga Norte seja racista.

"Foi um comentário feito num momento de raiva, e lamento", afirmou. "Sempre somos chamados de racistas, mas não é verdade. Eu mesma conheci cidadãos congoleses na Prefeitura. Não é uma questão de racismo. Se as pessoas vêm para cá, elas têm de respeitar as regras um pouquinho." 

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