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Venizelos vê necessidade de governo a favor da UE na Grécia

Partido Pasok recebeu 13% dos votos e terminou a eleição como a terceira força política

Evangelos Venizelos: ''Para que o país saia da crise, é necessário que cada força política a favor da unidade europeia assuma suas responsabilidades'' (Brendan Smialowski/AFP)

Evangelos Venizelos: ''Para que o país saia da crise, é necessário que cada força política a favor da unidade europeia assuma suas responsabilidades'' (Brendan Smialowski/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2012 às 20h54.

Atenas - O líder do partido social-democrata Pasok, Evangelos Venizelos, reiterou nesta segunda-feira a necessidade de formar na Grécia um governo a favor da unidade europeia, após ser recebido por Andonis Samaras, dirigente da força mais votada nas eleições legislativas do último domingo, a conservadora Nova Democracia (ND).

''Para que o país saia da crise, é necessário que cada força política a favor da unidade europeia assuma suas responsabilidades'', afirmou. Venizelos, também ex-ministro de Finanças, reconheceu o desastre do seu grupo político, que perdeu 30 pontos percentuais do apoio recebido no pleito de 2009.

O Pasok recebeu 13% dos votos, 41 deputados e terminou a eleição como a terceira força política. Diante disso, o político social-democrata argumentou que seu partido é também ''o terceiro em responsabilidade''.

Com isso, o líder se referiu à necessidade da Coalizão da Esquerda Radical (Syriza) com a Esquerda Democrática (Dimar), segunda e sexta força política, respectivamente. Se as formações entrarem no governo junto aos partidos Pasok e ND, o Executivo conseguirá legitimidade.

No entanto, as duas rejeitaram, por enquanto, entrar em um governo liderado pela Nova Democracia. Além disso, solicitaram que os altos cargos do Pasok não obtenham postos importantes em um eventual gabinete.

O líder do Pasok exigiu que o primeiro-ministro seja uma personalidade com ampla aceitação e capacidade de sintetizar os pontos de vista dos diferentes partidos. Por isso, rejeitou a proposta do conservador Samarás como o novo chefe de governo.


Da mesma forma, considerou factível a renegociação do acordo de medidas de austeridade promovido pela União Europeia como condição ao segundo plano de resgate à Grécia, graças à eleição de François Hollande como o novo presidente da França. No entanto, ressaltou: ''A renegociação empreendida pelo governo de união nacional tem um limite: que a Grécia permaneça na zona do euro'', explicou.

Segundo Venizelos, um novo acordo com os credores internacionais deveria modificar as condições do segundo resgate financeiro à Grécia, ampliando os prazos para aplicar as medidas de economia, injetando liquidez no mercado para a criação de postos de trabalho e reforçando a coesão social através da proteção dos desempregados e das famílias endividadas.

Samarás têm três dias para anunciar ao presidente se alcançou ou não os apoios necessários para formar governo. Se não conseguir, o mandato passaria a Syriza.

Com 99,98% dos sufrágios apurados, o ND obteve 108 deputados (50 deles como prêmio por ter sido a força mais votada); Syriza, 52; Pasok, 41 e Dimar, 19, de um total de 300 cadeiras.

Enquanto isso, o presidente da Associação de Negócio e Indústria grega, Dimitris Daskalopoulos, pediu a formação de um governo de amplo apoio, com a participação de Syriza, que negociará com Bruxelas mudanças substanciais ao memorando. Se as partes não chegaram a um acordo, serão realizadas novas eleições.

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