Mundo

Venezuela tacha de "ridículas" declarações dos EUA sobre Maduro

O porta-voz americano afirmou que a tentativa de Maduro de proibir partidos de oposição nas eleições é outra medida extrema contra a democracia

Venezuela: VP, PJ e Ação Democrática (AD) não compareceram nestas eleições (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Venezuela: VP, PJ e Ação Democrática (AD) não compareceram nestas eleições (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

E

EFE

Publicado em 11 de dezembro de 2017 às 19h11.

Caracas - A Venezuela chamou nesta segunda-feira de "ridículas" as declarações da porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Heather Nauert, sobre o governo de Nicolás Maduro e disse que suas acusações denotam o "desespero" do presidente Donald Trump diante "das vitórias da democracia".

"As declarações ridículas da porta-voz do Departamento de Estado sobre as eleições municipais denotam a impotência e o desespero do governo supremacista de Donald Trump diante das sucessivas vitórias da democracia e do Povo Bolivariano da Venezuela", disse o chanceler venezuelano Jorge Arreaza no Twitter.

Nauert afirmou por esta mesma rede social que "a tentativa de Maduro de proibir os partidos de oposição nas eleições presidenciais é outra medida extrema para fechar o espaço democrático na Venezuela e consolidar o poder em sua ditadura autoritária".

A porta-voz fez essas declarações depois que Maduro confirmou ontem a ameaça já formulada por outras vozes do governo segundo a qual os partidos opositores que não participassem das eleições municipais de ontem estariam proibidos de apresentar candidatos no pleito presidencial que deve ser realizado em 2018.

"Os partidos restantes, Vontade Popular (VP) e Primeiro Justiça (PJ) desapareceram do mapa político venezuelano e hoje desaparecem totalmente, porque o partido que não tiver participado hoje e tiver convocado o boicote às eleições não poderá mais participar", afirmou Maduro depois de votar nas eleições municipais.

VP, PJ e Ação Democrática (AD) não compareceram nestas eleições após denunciarem casos de fraude e numerosas irregularidades nas votações regionais de 15 de outubro, nas quais o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) de Maduro ganhou 18 dos 23 governos, segundo os resultados oficiais.

Nas eleições deste domingo, segundo o governo, o PSUV obteve as prefeituras mais importantes do país e o governo de Zulia (oeste) em eleições nas quais participaram 47,32% dos eleitores, segundo anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

O órgão eleitoral não divulgou os resultados completos das eleições, mas o chavismo assegurou hoje que venceu 308 prefeituras das 335 do país e que a oposição obteve a vitória em 25 municípios, enquanto as duas prefeituras restantes serão ocupadas por candidatos independentes.

Em novembro, Os EUA impuseram uma nova rodada de sanções econômicas contra dez funcionários do alto escalão do governo da Venezuela, entre eles vários membros do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e três ministros do Executivo de Maduro, por solaparem a democracia e empreenderem atos de censura e corrupção.

Assim, o governo do presidente americano Donald Trump elevou ainda mais a pressão sobre Caracas, após proibir em agosto as operações financeiras com novos títulos da dívida emitidos pelo governo de Maduro, que também foi pessoalmente alvo de sanções.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleiçõesEstados Unidos (EUA)Nicolás MaduroVenezuela

Mais de Mundo

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano

Argentinos de classe alta voltam a viajar com 'dólar barato' de Milei