Venezuela se aproxima de eleições dominadas por Chávez
O primeiro pleito sem Chávez em 14 anos não terá sua presença física, mas sua figura permanecerá, afirmaram analistas, que veem Maduro como amplo favorito
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2013 às 16h03.
Caracas - O presidente Hugo Chávez morreu, mas a Venezuela se aproxima de uma eleição na qual o homem que governou o país de 1999 até terça-feira passada, ainda que sem estar presente nos momentos finais, será o protagonista absoluto das estratégias de campanha tanto do governo como da oposição.
Com o presidente encarregado, Nicolás Maduro, e o governador de Miranda, Henrique Capriles, definidos como candidatos do chavismo e do antichavismo, respectivamente, a Venezuela já conta os dias até o pleito de 14 de abril, que definirá o sucessor de Chávez. As próximas eleições serão a terceira realizadas no país em cinco meses.
O primeiro pleito sem Chávez em 14 anos não terá sua presença física, mas sua figura permanecerá, afirmaram analistas consultados pela Agência Efe, que veem Maduro como amplo favorito.
"No momento da campanha Chávez não é só uma lembrança, no momento da campanha Chávez é um grande eleitor", disse à Efe o diretor do instituto Datanálisis, Luis Vicente León.
As estratégias do governo e da oposição estão definidas de antemão. Para o primeiro, a mensagem invocada será da "memória de Chávez" e se pedirá aos eleitores que votem pela continuidade de seu projeto político. A legitimidade de Maduro virá do próprio Chávez, que o escolheu como seu sucessor antes de morrer.
Já a oposição tentará desvincular a figura do presidente interino de Chávez e colocarão em dúvida sua eficiência como governante.
Mas sem dúvida, com milhares de venezuelanos ainda visitando o caixão de Chávez, o fator psicológico e a ressaca do funeral do presidente serão um condicionante inevitável nos resultados das eleições.
"Esta é uma batalha entre o divino e o terreno, onde o divino está com o chavismo", refletiu León. Maduro afirmou no domingo que não é Chávez, mas que será presidente porque ele ordenou que fosse.
Capriles, por sua parte, contou que algumas pessoas disseram a ele que participar desta campanha seria como ir a um "matadouro" pelo favoritismo governista. O oposicionista, no entanto, argumentou que não está na política para não se queimar, mas sim para resolver os problemas do país.
Para os analistas, a oposição precisa encarar as eleições com a confiança de que algum erro ou eventualidade possa aumentar suas chances nas urnas.
Além disso, uma vitória de Maduro com uma vantagem maior ou menor também pode condicionar a forma de governar até 2019, quando termina o período iniciado por Chávez.
"Se o resultado das eleições for muito amplo, o governo terá uma capacidade de manobra para fazer o que quiser", disse o jornalista Vladimir Villegas, que foi vice-chanceler quando Maduro era ministro das Relações Exteriores.
Para Villegas, que é deputado constituinte, Maduro pode ser obrigado a tomar medidas impopulares "necessárias e inevitáveis", sobretudo no setor econômico, e nesse caso seria preciso ver "a capacidade que teria de comunicar isto de uma maneira que não gere rejeição, mas compreensão". O deputado afirmou que o período de se adiar soluções chegará ao fim após as eleições.
A votação vem com as cartas a favor do governo após as vitórias de Chávez em outubro e do chavismo nas eleições regionais de dezembro, nas quais ficou com 20 dos 23 estados do país.
Para o analista Nícmer Evans, professor de ciência política da Universidade Central da Venezuela, Maduro chega como claro favorito e as bases da oposição se encontrem "profundamente desmotivadas".
Por isso, a capacidade de Capriles para mobilizá-las será um elemento importante para o resultado final. Para Evans, infelizmente Maduro "irá ganhar como consequência do legado do presidente Chávez e não por suas virtudes".
Além disso, a impossibilidade de desenvolver uma campanha mais abrangente diante de um curto prazo fazem destas eleições uma consolidação da de outubro de 2012.
"O tempo e as circunstâncias fazem destas eleições uma extensão da de 7 de outubro", analisou Evans.
Caracas - O presidente Hugo Chávez morreu, mas a Venezuela se aproxima de uma eleição na qual o homem que governou o país de 1999 até terça-feira passada, ainda que sem estar presente nos momentos finais, será o protagonista absoluto das estratégias de campanha tanto do governo como da oposição.
Com o presidente encarregado, Nicolás Maduro, e o governador de Miranda, Henrique Capriles, definidos como candidatos do chavismo e do antichavismo, respectivamente, a Venezuela já conta os dias até o pleito de 14 de abril, que definirá o sucessor de Chávez. As próximas eleições serão a terceira realizadas no país em cinco meses.
O primeiro pleito sem Chávez em 14 anos não terá sua presença física, mas sua figura permanecerá, afirmaram analistas consultados pela Agência Efe, que veem Maduro como amplo favorito.
"No momento da campanha Chávez não é só uma lembrança, no momento da campanha Chávez é um grande eleitor", disse à Efe o diretor do instituto Datanálisis, Luis Vicente León.
As estratégias do governo e da oposição estão definidas de antemão. Para o primeiro, a mensagem invocada será da "memória de Chávez" e se pedirá aos eleitores que votem pela continuidade de seu projeto político. A legitimidade de Maduro virá do próprio Chávez, que o escolheu como seu sucessor antes de morrer.
Já a oposição tentará desvincular a figura do presidente interino de Chávez e colocarão em dúvida sua eficiência como governante.
Mas sem dúvida, com milhares de venezuelanos ainda visitando o caixão de Chávez, o fator psicológico e a ressaca do funeral do presidente serão um condicionante inevitável nos resultados das eleições.
"Esta é uma batalha entre o divino e o terreno, onde o divino está com o chavismo", refletiu León. Maduro afirmou no domingo que não é Chávez, mas que será presidente porque ele ordenou que fosse.
Capriles, por sua parte, contou que algumas pessoas disseram a ele que participar desta campanha seria como ir a um "matadouro" pelo favoritismo governista. O oposicionista, no entanto, argumentou que não está na política para não se queimar, mas sim para resolver os problemas do país.
Para os analistas, a oposição precisa encarar as eleições com a confiança de que algum erro ou eventualidade possa aumentar suas chances nas urnas.
Além disso, uma vitória de Maduro com uma vantagem maior ou menor também pode condicionar a forma de governar até 2019, quando termina o período iniciado por Chávez.
"Se o resultado das eleições for muito amplo, o governo terá uma capacidade de manobra para fazer o que quiser", disse o jornalista Vladimir Villegas, que foi vice-chanceler quando Maduro era ministro das Relações Exteriores.
Para Villegas, que é deputado constituinte, Maduro pode ser obrigado a tomar medidas impopulares "necessárias e inevitáveis", sobretudo no setor econômico, e nesse caso seria preciso ver "a capacidade que teria de comunicar isto de uma maneira que não gere rejeição, mas compreensão". O deputado afirmou que o período de se adiar soluções chegará ao fim após as eleições.
A votação vem com as cartas a favor do governo após as vitórias de Chávez em outubro e do chavismo nas eleições regionais de dezembro, nas quais ficou com 20 dos 23 estados do país.
Para o analista Nícmer Evans, professor de ciência política da Universidade Central da Venezuela, Maduro chega como claro favorito e as bases da oposição se encontrem "profundamente desmotivadas".
Por isso, a capacidade de Capriles para mobilizá-las será um elemento importante para o resultado final. Para Evans, infelizmente Maduro "irá ganhar como consequência do legado do presidente Chávez e não por suas virtudes".
Além disso, a impossibilidade de desenvolver uma campanha mais abrangente diante de um curto prazo fazem destas eleições uma consolidação da de outubro de 2012.
"O tempo e as circunstâncias fazem destas eleições uma extensão da de 7 de outubro", analisou Evans.