Repórter
Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 10h49.
A tensão entre Venezuela e Estados Unidos ganhou novo capítulo nesta terça-feira, 10, com declarações de autoridades de ambos os países sobre defesa militar e possibilidade de intervenção.
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou que a disposição de lutar pela liberdade do país está “reforçada com armas”, em referência ao envio de tropas americanas ao mar do Caribe. No mesmo dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que Nicolás Maduro tem os dias “contados” e não descartou uma invasão terrestre.
“Temos a determinação de lutar, de batalhar pela nossa liberdade, está reforçada hoje e está reforçada com armas”, declarou Padrino López em cerimônia pelos 201 anos da Batalha de Ayacucho. Ele afirmou que a ideia de pátria e independência está “mais viva do que nunca” e destacou união interna em torno desse discurso.
O ministro disse que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) respondeu “dignamente” ao que chamou de ameaças dos EUA. Washington mantém destacamento militar no Caribe com o argumento de combater o narcotráfico, mas Caracas interpreta a operação como tentativa de mudança de regime. Padrino López afirmou que a FANB possui um plano diretor voltado a essa “nova agressão militar e multiforme do imperialismo americano”.
O chefe negociador do governo venezuelano, Jorge Rodríguez, reforçou a mensagem de resistência ao afirmar que a Venezuela se defenderá de qualquer agressão. “Somos um povo pacífico, mas, caso uma agressão ouse entrar no território sagrado da Venezuela, vamos lutar”, disse, ao discursar na Assembleia dos Povos em Caracas, transmitida pela TV estatal VTV.
Poucas horas depois, Trump elevou o nível das ameaças em entrevista ao portal Politico. Questionado sobre até onde iria para tirar Maduro do poder, afirmou que o líder venezuelano tem os dias “contados” e evitou descartar uma intervenção terrestre. “Não quero confirmar, nem descartar. Não quero falar sobre isso”, disse ao ser perguntado sobre a possibilidade de tropas americanas entrarem em território venezuelano.
Trump também reiterou que “em breve” começarão ataques contra o narcotráfico no interior da Venezuela, discurso que Washington tem usado para justificar a presença militar no Caribe. Caracas, por sua vez, sustenta que o combate às drogas serve de pretexto para pressionar o governo chavista.
As falas desta terça-feira consolidam uma nova fase de tensão aberta, com ameaças explícitas de invasão e resposta militar anunciada pelas autoridades venezuelanas.*Com informações da EFE