Obras na Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco (Oscar Cabral/VEJA)
Da Redação
Publicado em 26 de julho de 2011 às 17h06.
Caracas - O ministro da Energia e Petróleo venezuelano, Rafael Ramírez, disse nesta terça-feira que a Venezuela poderá participar com o Brasil da refinaria Abreu e Lima, assegurando que espera que os obstáculos das garantias sejam resolvidos "no curto prazo".
"Temos um bom avanço, uma comunicação direta com as autoridades brasileiras. No último encontro do presidente (Hugo) Chávez com a presidente Dilma Rousseff falou-se desse tema. Não acreditamos que vá haver problema", disse Ramírez, sobre a participação da Venezuela na refinaria, a qual concordou construir com a Petrobras.
"Tudo está pronto (...). Nós esperamos que sejam resolvidos no curto prazo" os problemas que a Venezuela teve para garantir que possa participar com o financiamento de 40% da refinaria, completou Ramírez em declarações à imprensa.
Em junho, Chávez disse que a Venezuela pretende concretizar antes de agosto a participação da empresa estatal de petróleo PDVSA nesse projeto.
Mas apesar de se ter chegado a um acordo segundo o qual a PDVSA participaria dessa refinaria, em 2007 a Petrobras decidiu começar a construí-la sozinha porque a empresa venezuelana não havia feito os pagamentos prometidos.
Recentemente, altos executivos da Petrobras indicaram à imprensa que o prazo terminaria em agosto e, no caso de a PDVSA não concretizar sua participação, o projeto seria apenas brasileiro.
A refinaria, localizada em Pernambuco, processará 230.000 barris diários de petróleo pesado produzido na Venezuela. A obra começou com um investimento de 4 bilhões de dólares.
Para a Petrobras, a associação com a gigante venezuelana PDVSA é estratégica, porque, como contrapartida, poderá participar da exploração dos poços da rica Faixa do Orinoco, no leste venezuelano.