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Venezuela liberta adolescentes detidos em protestos após eleições

ONG Fórum Penal diz que pelo menos 40 jovens foram soltos com medidas cautelares

Tendo à frente a líder da oposição Maria Corina Machado, manifestantes protestam contra fraudes nas eleições na Venezuela (Pedro Rances Mattey/AFP)

Tendo à frente a líder da oposição Maria Corina Machado, manifestantes protestam contra fraudes nas eleições na Venezuela (Pedro Rances Mattey/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 1 de setembro de 2024 às 11h52.

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Pelo menos 40 adolescentes presos na repressão às manifestações contra as fraudes nas eleições foram libertados com medidas cautelares na Venezuela. Eles foram soltos no sábado e haviam sido detidos ao participar de protestos que questionavam a reeleição do presidente Nicolás Maduro, informou a ONG Fórum Penal, elevando para 56 as libertações de jovens.

"Pelo menos 40 adolescentes (presos políticos devido à situação pós-eleitoral desde 29 de julho) foram libertados hoje", anunciou Alfredo Romero, advogado do Fórum Penal.

As libertações foram concedidas sob "medidas cautelares", acrescentou o diretor dessa ONG, Gonzalo Himiob, e ocorreram em estados andinos como Mérida, Táchira (oeste); sua vizinha Lara; Portuguesa e Yaracuy (centro), além de Bolívar e Amazonas (sul).

Estas novas libertações somam-se a outras 16 ocorridas na quinta-feira no âmbito de medidas de apresentação em tribunal a cada oito dias.

Segundo registros do Fórum Penal, na Venezuela 114 adolescentes foram presos e acusados de crimes de terrorismo ou traição à pátria após os protestos contra a reeleição de Maduro nas eleições de 28 de julho em meio a denúncias de fraude da oposição.

As autoridades não se pronunciaram sobre as prisões desses adolescentes, mas confirmaram 2.400 detenções e, deste total, a Fórum Penal contabilizou 1.581 como "presos políticos", embora continue recebendo denúncias e casos.

"O que fizeram é brutal (...), crianças de 13 anos, de 14 anos, e as levaram a presídios onde estão presos comuns", denunciou nesta semana a líder opositora María Corina Machado.

Maduro dispôs de dois presídios de segurança máxima, Tocuyito e Tocorón, para a reclusão dos detidos. Os dois presídios estiveram durante anos sob o controle de quadrilhas criminosas até serem ocupados pelas forças de segurança em 2023.

Na semana passada, foram transferidos para estes presídios cerca de 700 detidos, segundo a ONG Observatório Venezuelano de Prisões, que denunciou "irregularidades" nas transferências.

As manifestações também deixaram 27 mortos e 192 feridos.

A Fórum Penal informou na quarta-feira que a Venezuela registra atualmente o maior número de "presos políticos" em quase 25 anos, com 1.780 detentos. Até 28 de julho, contabilizava 199 presos por motivos políticos.

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