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Venezuela: Guaidó prepara marcha para exigir entrada de ajuda humanitária

Militares que apoiam o governo Maduro bloqueiam a entrada da ajuda humanitária desde a semana passada

Veneuzela: segundo a oposição, mais de 20 mil voluntários se inscreveram para colaborar no processo de entrada da ajuda humanitária (Twitter Embaixada EUA na Colômbia/Reprodução)

Veneuzela: segundo a oposição, mais de 20 mil voluntários se inscreveram para colaborar no processo de entrada da ajuda humanitária (Twitter Embaixada EUA na Colômbia/Reprodução)

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AFP

Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 10h34.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2019 às 10h37.

Os opositores venezuelanos, convocados por seu líder Juan Guaidó, se preparam para marchar nesta terça-feira (12) a fim de exigir aos militares que desconheçam a ordem do presidente Nicolás Maduro de impedir a entrada de ajuda humanitária americana.

Guaidó, reconhecido por 50 países como presidente interino, convocou manifestações em todo o país quando será celebrado o Dia da Juventude "para enviar uma mensagem" à Força Armada.

"Vamos nos mobilizar em todo o país pra conseguir a entrada da ajuda humanitária que permita atender a crise", expressou o também chefe do Parlamento, de maioria opositora.

Alimentos e remédios enviados pelos Estados Unidos permanecem desde quinta-feira em um centro de armazenamento na cidade de Cúcuta, na Colômbia, perto da ponte fronteiriça Tienditas, bloqueada por militares venezuelanos com dois contêineres e uma cisterna.

Versões da imprensa assinalam que o governo enviou forças policiais de elite para Táchira, estado fronteiriço com a Colômbia, às vésperas da marcha.

A mobilização opositora também homenageará os falecidos - 40, segundo a ONU - durante distúrbios ocorridos desde 21 de janeiro.

A assistência humanitária concentra esta semana a sua ofensiva para conseguir que "acabe a usurpação, (haja) um governo de transição e eleições livres".

"Vamos continuar mobilizados para salvar vidas com a ajuda humanitária", disse o opositor Juan Guaidó, que conta com o apoio de Estados Unidos e um crescente respaldo da União Europeia e da América Latina.

A sua equipe de colaboradores em Washington organiza para quinta-feira uma conferência internacional na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) para "sensibilizar" governos, organismos multilaterais, empresas e ONGs sobre a ajuda para a Venezuela.

Segundo a oposição, mais de 20.000 voluntários se inscreveram para colaborar no processo de entrada da ajuda. De acordo com Guaidó, nos próximos dias serão abertos outros centros de armazenamento no Brasil e em uma ilha caribenha a definir.

Tentando fissurar a Força Armada, o líder opositor advertiu aos militares que impedir a entrada de alimentos e remédios é um "crime contra a humanidade".

Não obstante, a cúpula militar continua professando "lealdade absoluta" a Maduro. No domingo, a Força Armada iniciou cinco dias de exercícios em todo o país para enfrentar uma eventual invasão dos Estados Unidos.

"Não haverá império que se atreva a tocar o território da Venezuela", assegurou o presidente socialista, Nicolás Maduro, ao inaugurar as manobras.

Na sexta-feira, em entrevista à AFP, Guaidó advertiu que fará "o necessário" para conseguir que "acabe a usurpação" e "salvar vidas", sem descartar que o Parlamento autorize a intervenção de uma força estrangeira.

Os Estados Unidos propuseram ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução sobre a Venezuela no qual pede que facilite a ajuda humanitária e se comprometa a eleições presidenciais, um texto ao qual a Rússia se opôs, segundo fontes diplomáticas.

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