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Venezuela: Forças Armadas criticam acordo que permite intervenção militar

Tratado permite intervenção militar estrangeira em caso de ataques aos países signatários do acordo

Venezuela: os 12 países que signatários decidiram convocar uma reunião de chanceleres na segunda quinzena deste mês (Marco Bello/Getty Images)

Venezuela: os 12 países que signatários decidiram convocar uma reunião de chanceleres na segunda quinzena deste mês (Marco Bello/Getty Images)

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EFE

Publicado em 17 de setembro de 2019 às 16h55.

Caracas - A Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) criticou nesta terça-feira a ativação do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), um mecanismo de ajuda militar estrangeira em caso de ataques aos países signatários do acordo que agora pode ser usado para justificar uma intervenção na Venezuela.

Em comunicado lido à imprensa pelo ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino, a FANB disse que a ativação do Tiar por parte da Organização de Estados Americanos (OEA) é uma "provocação irracional" com a qual se pretende "legalizar uma intervenção militar".

"É imperativo ressaltar que um desfecho desta natureza teria consequências nefastas em toda a América do Sul", disse Padrino, acompanhado do alto comando militar.

No documento, a FANB disse ter "vocação pacifista", mas também destacou possuir um "caráter anti-imperalista" e uma "inquebrantável vontade de cumprir o juramento sagrado de honrar e defender a soberania da Venezuela".

Antes de ler o comunicado, Padrino pediu aos países que apoiam a ativação do tratado, entre eles o Brasil, que avaliem bem as consequências desta medida.

"O que ocorre se a Venezuela for agredida terá um impacto não só regional, mas também mundial. Neste momento, este tratado já não tem nenhum sentido porque as partes em conflito estão dialogando", disse o ministro, citando um acordo firmado ontem pelo presidente do país, Nicolás Maduro, com uma parte minoritária da oposição.

Na última quarta-feira, 12 países do continente deram um primeiro passo na ativação do Tiar, o que poderia abrir as portas para uma intervenção militar na Venezuela. O movimento foi apoiado por Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Estados Unidos, Guatemala, Haiti, Honduras, Paraguai, República Dominicana e por representantes enviados pelo líder do parlamento venezuelano, o opositor Juan Guaidó.

O chavismo não está representado na OEA porque o governo de Maduro se retirou da organização. Além disso, a OEA não o reconhece como presidente da Venezuela por considerar que as últimas eleições no país não foram legítimas.

Os 12 países que concordaram com a ativação do Tiar decidiram convocar uma reunião de chanceleres na segunda quinzena deste mês, em Nova York, em paralelo à Assembleia Geral da ONU. No encontro, eles discutirão que medidas tomar contra Maduro.

Eles podem romper as relações diplomáticas e econômicas com a Venezuela ou até decretar um bloqueio ao transporte naval e aéreo ao país. A opção mais agressiva prevista no tratado é o "uso da força armada", mas, por enquanto, alguns países, como os EUA e o Brasil, disseram que essa possibilidade não está sobre a mesa de negociação.

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