Agência de Notícias
Publicado em 17 de março de 2025 às 21h43.
A Venezuela recorrerá a organizações internacionais para denunciar crimes contra a humanidade cometidos contra migrantes venezuelanos que foram deportados dos Estados Unidos, disse nesta segunda-feira o negociador-chefe do chavismo, Jorge Rodríguez.
"O que está sendo cometido contra os venezuelanos sequestrados em El Salvador e contra os migrantes venezuelanos nos Estados Unidos é um crime contra a humanidade", analisou Rodríguez em entrevista coletiva transmitida pela estatal "Venezolana de Televisión" (VTV).
O também presidente do Parlamento afirmou que a transferência de mais de 200 migrantes dos Estados Unidos para El Salvador no domingo, sob a Lei de Inimigos Estrangeiros invocada pelo presidente Donald Trump, foi um "sequestro vulgar" e denunciou que essa operação foi realizada sem garantir seus direitos humanos ou o devido processo.
Rodríguez também enfatizou que a Venezuela trabalhará para trazer de volta ao país "cada um dos venezuelanos" que estão nos Estados Unidos e querem retornar, para o que ativará "todos os planos" que forem necessários.
Após essas declarações, o ministro do Interior, Diosdado Cabello, leu uma declaração para pedir "unidade" e "o infinito espírito de solidariedade" para o desenvolvimento de "todos os mecanismos de protesto diplomático, jurídico e político ativo" em defesa dos migrantes.
Em uma transmissão da "VTV", ele garantiu que "não haverá espaço nas instituições multilaterais e nas relações bilaterais às quais a Venezuela não recorra para defender os direitos de seus migrantes".
Em sua opinião, as medidas de deportação dos EUA não são apenas "um ataque contra a Venezuela", mas, acrescentou, "um precedente perigoso" para a região. Portanto, fez um "apelo urgente e imediato" à comunidade internacional, especialmente à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), para que denuncie "essa ação aberrante perante o mundo".
O chavismo convocou uma manifestação para esta terça-feira, em Caracas, e uma coleta de assinaturas que começará na quarta-feira para "fortalecer a posição" da Venezuela perante "todos os órgãos internacionais" e tribunais, bem como perante os países com os quais a Venezuela está em contato.