Repórter
Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 12h27.
O governo da Venezuela autorizou a retomada dos voos de repatriação de migrantes venezuelanos operados pela Eastern Airlines, após receber um pedido da administração do presidente americano Donald Trump. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 2, pelo Ministério dos Transportes do país.
Segundo a pasta, a autorização foi concedida “por instruções” do presidente Nicolás Maduro e vale para voos que cobrem a rota entre Phoenix, no Arizona, e o aeroporto internacional de Maiquetía, que atende Caracas. A Venezuela afirmou que esses voos já ocorrem periodicamente às quartas e sextas-feiras desde janeiro, quando ambos os governos chegaram a um acordo sobre repatriações.
No sábado, Caracas afirmou que os Estados Unidos haviam suspendido “de forma unilateral” esses voos, após Trump declarar que o espaço aéreo venezuelano deveria ser considerado “totalmente fechado”. O governo venezuelano repudiou a mensagem e ressaltou que “nenhuma autoridade alheia à institucionalidade venezuelana” pode interferir nas regras de sobrevoo do país.
Caracas disse que qualquer condicionamento externo ao uso do espaço aéreo é inadmissível.
As trocas ocorrem em meio ao aumento das tensões entre Washington e Caracas. O governo americano enviou tropas ao Caribe como parte de sua estratégia contra o tráfico de drogas na região, movimento que a administração venezuelana classifica como “ameaça” e tentativa de promover uma mudança de regime.
Em 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação (FAA) recomendou “extrema cautela” a aeronaves que sobrevoam a Venezuela e o sul do Caribe, alegando risco potencial na região. O alerta desencadeou uma onda de cancelamentos de voos internacionais de e para o país.
Em resposta, a Venezuela revogou concessões de operação de sete companhias aéreas estrangeiras. Entre elas está a espanhola Plus Ultra, suspensa na segunda-feira.