Um dia depois de a Nissan ter aprovado um projeto de aliança com a General Motors (GM), as duas montadoras amargaram uma queda nas vendas de automóveis no maior mercado de veículos do mundo, os Estados Unidos. A GM registrou perda de 26% no volume vendido em junho em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as vendas da Nissan caíram 19%.

A comparação entre o desempenho da GM em junho de 2006 e o registrado em junho de 2005, no entanto, foi distorcida por uma promoção agressiva de descontos da montadora realizada no ano passado. Ainda que abaixo do alcançado um ano antes, o resultado do mês passado foi o melhor da GM em 2006, com vendas 15% superiores às de maio. Para o analista de vendas da GM Paul Ballew, ouvido pelo jornal britânico Financial Times, a companhia "está seguindo em direção às metas do plano de reestruturação".

Quanto à Nissan, a opinião de Robert Barry, analista do Goldman Sachs, é de que os problemas da empresa na América do Norte são decorrentes de uma percepção dos consumidores de queda na qualidade dos veículos e de um aumento do número de recalls. Na segunda-feira (3/7), o conselho da Nissan aprovou o início de negociações com a GM para firmar uma parceria que poderia reduzir custos nas duas empresas, por meio da cooperação na área de engenharia, do compartilhamento de plataformas de veículos e da consolidação das operações de manufatura.

De acordo com a consultoria Autodata, as vendas totais de veículos leves nos Estados Unidos caíram de 17,9 milhões em junho de 2005 para 16,3 milhões em junho de 2006. Acompanhando o resultado geral, a Ford também mostrou queda, de 7%, assim como a DaimlerChrysler, que surpreendeu com um prejuízo de dois dígitos: 15%.

Já a Toyota vendeu 14% mais nos Estados Unidos em junho e atingiu um recorde de vendas no segundo trimestre para o período. A sul-coreana Hyundai também teve um resultado inédito no sexto mês do ano.