Mundo

Vazamento de água danifica 400 livros no Louvre

Tubulações antigas alagaram a biblioteca egípcia semanas após roubo de R$ 550 milhões em joias

Exterior do Museu do Louvre, em Paris (Getty Images)

Exterior do Museu do Louvre, em Paris (Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 7 de dezembro de 2025 às 17h57.

Última atualização em 7 de dezembro de 2025 às 18h47.

Um vazamento de água danificou entre 300 e 400 livros do acervo do departamento de antiguidades egípcias do Museu do Louvre, em Paris. O incidente ocorreu no dia 27 de novembro, mas só foi revelado neste domingo, 7. Segundo a administração do museu, o problema é consequência de tubulações deterioradas e não é recente.

França prende cinco suspeitos pelo roubo de joias no Louvre

A informação foi divulgada pelo site francês La Tribune de l’Art, especializado em artes visuais, que revelou ainda que o setor tenta há anos obter recursos para melhorar sua infraestrutura, sem sucesso. De acordo com o vice-administrador do museu, Francis Steinbock, os exemplares atingidos não são considerados preciosidades bibliográficas, mas obras de consulta rotineira para pesquisadores e egiptólogos.

Steinbock também reconheceu que os problemas com a estrutura são antigos e afirmou que os reparos na tubulação estão programados apenas para setembro de 2026. O número exato de obras atingidas ainda está em apuração. A água teria invadido o espaço após o rompimento de canos velhos, já identificados como parte de um problema estrutural mais amplo.

O caso reacende o debate sobre as condições do museu, um dos mais visitados do mundo, que tem enfrentado falhas recorrentes em sua manutenção. Em outubro, o Louvre foi alvo de um roubo milionário, quando quatro ladrões invadiram uma exposição de joias e levaram peças avaliadas em US$ 102 milhões, ou mais de R$ 550 milhões, em plena luz do dia. O crime escancarou fragilidades no sistema de segurança da instituição.

No mês seguinte, outra ala do museu foi parcialmente fechada devido a riscos estruturais, afetando o setor de vasos gregos. Relatório publicado em outubro pelo Tribunal de Contas francês indica que a dificuldade do Louvre em modernizar sua infraestrutura se deve, em parte, ao alto volume de recursos destinado à aquisição de novas obras.

Problemas de manutenção desafiam museu mais visitado do mundo

Com mais de 8 milhões de visitantes por ano, o Louvre enfrenta dilemas comuns a instituições históricas com acervos extensos e sedes centenárias. A falta de investimentos em manutenção crítica, como encanamentos e sistemas elétricos, tem gerado episódios que comprometem tanto a segurança física quanto a preservação do acervo.

O episódio do vazamento também chama atenção para a vulnerabilidade de áreas de pesquisa e consulta, que sustentam o trabalho acadêmico vinculado ao museu. Especialistas têm apontado a necessidade de uma reavaliação nas prioridades orçamentárias do Louvre, cuja gestão tem privilegiado exposições temporárias e aquisições de grande visibilidade.

Acompanhe tudo sobre:FrançaLivros

Mais de Mundo

Netanyahu diz que segunda fase de cessar-fogo em Gaza começará em breve

Benim frustra golpe de Estado após militares anunciarem queda do presidente

Eleições em Honduras seguem indefinidas com liderança de candidato apoiado por Trump

Kremlin vê alinhamento na política externa de Donald Trump