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Vaticano pede desculpas por interferir em debate na Malásia

Representante católico pediu desculpas às autoridades do país asiático após opinar sobre debate religioso

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2013 às 14h07.

Bangcoc - O arcebispo Joseph Marino, o representante do Vaticano na Malásia, pediu desculpas às autoridades nesta quarta-feira após criar polêmica por opinar sobre um debate religioso no país asiático.

O pedido de desculpas do arcebispo veio após o seu apoio para que os cristãos malaios pudessem utilizar a palavra "Alá" em referência à Deus, o que os muçulmanos são contra, informou o site "Free Malaysia Today".

Marino, explicou em comunicado, pediu desculpas pessoalmente ao ministro das Relações Exteriores da Malásia, Anifah Aman, que na segunda-feira acusou o arcebispo de interferir nos assuntos internos do país.

"Nunca tive a intenção de interferir nos assuntos internos da Malásia", afirmou o enviado do Vaticano, que lamentou que suas palavras tenham causado mal-entendido.

A polêmica aconteceu na última semana, quando Marino expressou à imprensa seu respaldo aos argumentos da Federação Cristã da Malásia contra a ideia de que o termo "Alá" seja exclusivo do islã.

O arcebispo descreveu o islã como uma religião bonita, mas declarou sua preferência pela posição da Igreja Católica, que pede que os cristãos possam utilizar "Alá" em suas bíblias ou textos religiosos.


Vários grupos muçulmanos condenaram as palavras do representante do Vaticano e solicitaram que o governo o expulsasse do país.

O uso da palavra "Alá" pelos cristãos malaios e indonésios remonta à tradução do hebraico "Elohim" (Deus) como "Alá" na versão malaia da Bíblia pelo missionário Francisco Xavier, que viajou por terras asiáticas no século XVI.

O estopim da controvérsia foi quando um jornal católico editado na Malásia, "The Herald", começou a usar a palavra em suas páginas, o que provocou a proibição por parte das autoridades.

As autoridades e outros grupos muçulmanos alegam que a lei proíbe o uso dos termos do islã por aqueles que não seguem esta religião.

No entanto, a Corte Suprema deu razão ao jornal em 2009, o que provocou uma onda de violência contra igrejas cristãs por parte de grupos radicais.

Em janeiro, o sultão de Selangor, um estado no sul do país, proibiu o uso da palavra "Alá" em textos cristãos apesar da decisão judicial.

Cerca do 60% dos 28 milhões de malaios praticam o islã, em sua maioria moderado, enquanto o restante se divide entre budismo (19%), cristianismo (9%), hinduísmo (6%), taoismo (2,6%) e religiões minoritárias.

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