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Valor do estacionamento de SUVs pode triplicar na capital francesa e parisienses vão às urnas

Moradores de Paris farão sua decisão neste domingo em meio ao crescente descontentamento com o crescimento do tamanho dos automóveis nas ruas com a febre dos utiliários esportivos

SUVs: A oposição e as associações de motoristas criticaram a iniciativa da prefeitura (NANCY WANGUE MOUSSISSA/AFP/Getty Images)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 4 de fevereiro de 2024 às 11h22.

Última atualização em 4 de fevereiro de 2024 às 11h23.

Moradores de Paris vão às urnas hoje para uma decisão inusitada. Está em jogo o destino dos carros grandes, do tipo SUV, cada vez mais comuns nas cidades.O estacionamento desses utilitários esportivos urbanos em Paris poderá em breve ser tarifado de acordo com seu peso se uma proposta municipal para triplicar o custo dos SUVs for aprovada neste domingo em uma consulta polêmica na capital francesa.
"Quanto maiores eles são, mais poluem", afirmou a prefeita socialista da capital francesa, Anne Hidalgo, em dezembro, justificando a medida citando a maior poluição e o perigo que esses veículos mais altos e pesados representam para os pedestres.
Esses veículos altos e espaçosos, conhecidos como SUVs (Sport Utility Vehicles), nos últimos anos renovaram e conquistaram o setor de carros familiares com sua aparência off-road, mas não com sua potência.
No entanto, seus detratores denunciam que eles ocupam muito espaço nas ruas e são altamente poluentes, uma "aberração" diante do aquecimento global, nas palavras da organização ambiental WWF (World Wide Fund For Nature).
Eles são "200 quilos mais pesados, 25 cm mais compridos e 10 cm mais largos" do que um carro normal, exigem mais materiais para sua fabricação, consomem 15% mais combustível e emitem 20% mais CO2, diz a organização que trabalha para proteger a biodiversidade e a conservação da natureza no mundo.
Paris, que tem como uma de suas prioridades reduzir o espaço para carros em favor de pedestres e bicicletas, poderia se tornar no domingo uma das poucas cidades do mundo a limitar a presença de SUVs, como já fez Washington, nos Estados Unidos.
A decisão está nas mãos de 1,3 milhão de parisienses convocados para as urnas neste domingo, entre 9h e 19h (hora local), para decidir se será cobrado mais por esses carros "individuais, pesados, volumosos e poluentes".
Se o voto favorável for dado, os não residentes terão de pagar entre € 12 e € 18 (entre R$ 64 e R$ 96) por hora para estacionar um carro térmico ou híbrido com mais de 1,6 toneladas ou um carro elétrico com mais de duas toneladas, embora haja exceções para trabalhadores e pessoas com deficiência.

A opinião da oposição

A oposição e as associações de motoristas criticaram a iniciativa de um gabinete da prefeita que já tomou outras medidas para limitar o tráfego, como a pedestrianização dos cais do Sena e de dezenas de ruas da cidade.
A conselheira da oposição Maud Gatel questionou a eficácia de uma proposta que não afeta os utilitários esportivos "residentes em Paris", que representam "26,6% da frota de carros" na capital.
Para Yves Carra, porta-voz do Mobilité Club France, a apresentação do referendo como uma escolha entre "mais ou menos SUVs" é falsa, pois os "SUVs compactos" não seriam afetados, ao contrário dos modelos familiares e dos modelos 'break'.
A associação de 40 milhões de motoristas afirma que, em termos de poluição, um "SUV novo e moderno" polui tanto quanto um "carro a diesel pequeno de antes de 2011", e "até menos".
"Somente as pessoas que não são afetadas por essas medidas votam. Anne Hidalgo só pensa em seduzir seu eleitorado", denuncia Pierre Chasseray, delegado geral dessa associação.
A consulta de domingo será a segunda após a realizada em abril de 2023, que levou à retirada das scooters elétricas das ruas de Paris. Na época, apenas 7% do eleitorado votou.

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Moradores de Paris vão às urnas hoje para uma decisão inusitada. Está em jogo o destino dos carros grandes, do tipo SUV, cada vez mais comuns nas cidades.O estacionamento desses utilitários esportivos urbanos em Paris poderá em breve ser tarifado de acordo com seu peso se uma proposta municipal para triplicar o custo dos SUVs for aprovada neste domingo em uma consulta polêmica na capital francesa.
"Quanto maiores eles são, mais poluem", afirmou a prefeita socialista da capital francesa, Anne Hidalgo, em dezembro, justificando a medida citando a maior poluição e o perigo que esses veículos mais altos e pesados representam para os pedestres.
Esses veículos altos e espaçosos, conhecidos como SUVs (Sport Utility Vehicles), nos últimos anos renovaram e conquistaram o setor de carros familiares com sua aparência off-road, mas não com sua potência.
No entanto, seus detratores denunciam que eles ocupam muito espaço nas ruas e são altamente poluentes, uma "aberração" diante do aquecimento global, nas palavras da organização ambiental WWF (World Wide Fund For Nature).
Eles são "200 quilos mais pesados, 25 cm mais compridos e 10 cm mais largos" do que um carro normal, exigem mais materiais para sua fabricação, consomem 15% mais combustível e emitem 20% mais CO2, diz a organização que trabalha para proteger a biodiversidade e a conservação da natureza no mundo.
Paris, que tem como uma de suas prioridades reduzir o espaço para carros em favor de pedestres e bicicletas, poderia se tornar no domingo uma das poucas cidades do mundo a limitar a presença de SUVs, como já fez Washington, nos Estados Unidos.
A decisão está nas mãos de 1,3 milhão de parisienses convocados para as urnas neste domingo, entre 9h e 19h (hora local), para decidir se será cobrado mais por esses carros "individuais, pesados, volumosos e poluentes".
Se o voto favorável for dado, os não residentes terão de pagar entre € 12 e € 18 (entre R$ 64 e R$ 96) por hora para estacionar um carro térmico ou híbrido com mais de 1,6 toneladas ou um carro elétrico com mais de duas toneladas, embora haja exceções para trabalhadores e pessoas com deficiência.

A opinião da oposição

A oposição e as associações de motoristas criticaram a iniciativa de um gabinete da prefeita que já tomou outras medidas para limitar o tráfego, como a pedestrianização dos cais do Sena e de dezenas de ruas da cidade.
A conselheira da oposição Maud Gatel questionou a eficácia de uma proposta que não afeta os utilitários esportivos "residentes em Paris", que representam "26,6% da frota de carros" na capital.
Para Yves Carra, porta-voz do Mobilité Club France, a apresentação do referendo como uma escolha entre "mais ou menos SUVs" é falsa, pois os "SUVs compactos" não seriam afetados, ao contrário dos modelos familiares e dos modelos 'break'.
A associação de 40 milhões de motoristas afirma que, em termos de poluição, um "SUV novo e moderno" polui tanto quanto um "carro a diesel pequeno de antes de 2011", e "até menos".
"Somente as pessoas que não são afetadas por essas medidas votam. Anne Hidalgo só pensa em seduzir seu eleitorado", denuncia Pierre Chasseray, delegado geral dessa associação.
A consulta de domingo será a segunda após a realizada em abril de 2023, que levou à retirada das scooters elétricas das ruas de Paris. Na época, apenas 7% do eleitorado votou.
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