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Produção de cana pode não ser suficiente para demanda

Entidade que representa os usineiros aponta aumento do número de carros flex e possibilidade de exportação do etanol para os EUA

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

São Paulo - A produção de cana-de-açúcar brasileira pode enfrentar dificuldades para atender a demanda crescente de etanol, na avaliação do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank.

A procura pelo produto no mercado interno, segundo ele, está em expansão porque a frota de veículos bicombustíveis aumenta em ritmo muito forte, com cerca de três milhões de novas unidades vendidas a cada ano. Além disso, existe a possibilidade de um aumento significativo das exportações de etanol para os Estados Unidos, caso o país não renove as tarifas protecionistas do produto, que expiram no final deste ano.

"Todos os dados apontam para uma potencial alta da demanda", afirmou o presidente da Unica durante a divulgação dos dados da safra 2010/11. Ele ressaltou, no entanto, que não existe previsão de investimentos suficientes para acompanhar esse crescimento de mercado. "Não vejo nas empresas apetite para lançar novos projetos, até pelos elevadíssimos custos. As empresas sofreram muito com a crise do ano passado".

Como não há previsão de aumento significativo da área plantada de cana-de-açúcar, "se nada for feito, nós vamos ter dificuldades para exportar o etanol e abastecer os carros flex", alertou. Para Jank, o governo precisa ajudar, com a adoção de medidas específicas para o setor. "Precisa de uma política pública que estimule [o setor sucroalcooleiro], porque as margens são muito apertadas".

Entre as medidas que a Unica considera importantes está a regulação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o etanol. Segundo Jank, como se trata de um tributo estadual, as diferentes tarifas cobradas em cada unidade da federação acabam encarecendo o produto em algumas regiões.

O presidente da Unica também defendeu que a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) que incide no preço da gasolina tenha uma alíquota que estimule o consumidor a usar mais o álcool.

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